É pena ...

Ontem, na Rádio Graciosa, o Deputado Avelar Santos, instado a pronunciar-se sobre a falta de apoio, por parte do Governo, ao Festival de Música integrado nas Festas de Santo Cristo, disse por cinco vezes “é pena”.
Pois eu também tenho pena do trabalho que não é feito para o desenvolvimento da nossa ilha. E é, de facto, pena que não se defendam os interesses da Graciosa mas se passe o tempo a ter pena, nada fazendo para obter o que é de elementar justiça.
Mas na sua entrevista à Rádio Graciosa, o Sr. Deputado disse uma coisa espantosa; que o Governo também não tinha apoiado outros eventos semelhantes, dando a entender que não era nada de extraordinário o Governo não apoiar, pois nenhuma das outras ilhas de coesão tinha esse tipo de apoio. Ora, francamente, e, por acaso, a coesão é suposto ser entre as ilhas da coesão? Ou entre estas e as que não são da coesão? E, por acaso, nós estamos em coesão com as marinas de S. Jorge e S. Maria? Ou com o número de voos semanais?
Quando é para desculpar a falta de solidariedade, a falta de atenção ou a falta de vontade politica em desenvolver a Graciosa, os deputados do Governo têm sempre alguma desculpa de mau pagador, vêm sempre com um “é pena”; “foi o que se arranjou”; “não era possível melhor”; enfim, andamos nisto há anos e a subserviência só tende a piorar.
Eu até já imagino que, certamente, nos dias que se avizinham vem de lá o argumento que a culta é de outros. É a receita do costume, ou como gostam de dizer, “useira e vezeira”.
Por mim não me canso de repetir, olhem para a Graciosa em vez de olharem para o vosso umbigo. Quem vos elegeu não merece mais desilusões.