Algumas pessoas trazem-me o comentário de que eu só sei criticar o Governo e o Partido que o sustenta. Que devia modificar um pouco o discurso e, de vez em quando, ter umas palavras menos críticas ou sobre outros assuntos.
Pois bem, vou então tomar-me pelo seguidismo crónico e falar bem do que tem sido a Governação Socialista na Graciosa, e começo já:
Pois é, nunca se viveu tão bem na ilha Graciosa, todos os indicadores económicos apontam nesse sentido. Bem, não temos grandes indicadores para aferir o bem-estar da população Graciosense, mas decerto todos concordarão que se vive muitíssimo bem. Apesar de cada vez haver menos gente na ilha, os que vão ficando nunca viveram tão bem, nunca houve tanta criação de riqueza, tanto investimento privado, tanta criação de emprego, enfim, nunca como nesta década socialista os Graciosenses estiveram tão satisfeitos com a sua conta bancária. Por outro lado tem sido fortíssimo o crescimento da indústria, do comércio, dos serviços, etc. Aliás, sou mesmo levado a pensar que, a este ritmo, a Graciosa é bem capaz de ter já ultrapassado a média Regional e brevemente deixaremos de ser uma ilha da coesão.
E sobre coesão, muito tem sido feito para aproximar esta ilha dos níveis de sucesso das restantes dos Açores. Ele é a construção de um hotel de quatro estrelas, e não vale a pena alongar-me pois muito mais havia a dizer. O que só por si demonstra como estamos a evoluir.
O nosso sucesso, tem sido tal que até estranhei não termos sido incluídos no lote da Madeira na futura lei de poupança regional. Acho altamente injusto o que têm dito sobre os Açores serem uma das regiões mais pobres do país quando, pelo menos a ver pela Graciosa, toda a gente sabe que temos evoluído extraordinariamente.
Tudo isto fica dito para que se saiba o nosso caso de enorme sucesso. E não me venham com a história da desertificação porque esta ilha será brevemente um paraíso com pouco mais de mil habitantes, todos militantes do PS.
Claro que nunca tudo está bem, mas certamente concordam que pouco mais há a melhorar, e até 2008 não duvido que chegaremos a um tal estado de crescimento e desenvolvimento económico que virão sistematicamente delegações da ONU, da Comissão Europeia, da CPLP, dos ACP, e até o grupo dos mais ricos nos convidará a fazer parte do seu restrito convívio.
Podia continuar por aqui a fazer o Avé - César e o elogio hiperbólico do Socialismo Açoriano, mas acho que todos já perceberam que de nada servirá continuar a valorizar a miséria a que querem levar esta ilha e as suas gentes, e, cada dia que passa, sinto uma enorme tristeza por ver a Graciosa a perder o barco, a deixar fugir o avião, a viver numa bruma de ilusões que pouco ou nada contribuem para o nosso verdadeiro encontro com o progresso.
Nota final: qualquer semelhança entre esta opinião e a opinião dos deputados do PS Graciosa é pura coincidência!
Na ilha Graciosa faz falta discutir o futuro, propor alternativas, opinar, ouvir, exigir e procurar alcançar o bem comum. Este espaço pretende dar um contributo. Não teremos sempre razão nem seremos donos da verdade, queremos apenas ser uma pedra no sapato da inércia, da falta de visão e imaginação, do imobilismo estratégico e da cultura do "yes man". Temos uma tarefa difícil, temos de partir muita pedra mas não nos importamos, o burgalhau é sempre útil!
domingo, novembro 12, 2006
Palmadinhas nas costas (publicado no Diário da Graciosa)
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