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Santa Cruz da Graciosa

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quinta-feira, abril 08, 2010

A velha questão

Termina hoje a 14ª visita estatutária à ilha Graciosa de Governos liderados pelo Partido Socialista.
Uma visita marcada pela inauguração do Centro de Visitação da Furna do Enxofre, e que se espera poder contribuir para a promoção da ilha num contexto de turismo de natureza, e pela assinatura do contrato de adjudicação do novo centro de saúde, que se apronta como a obra da legislatura na Ilha.
E se estes são bons exemplos de medidas que visam o aumento da qualidade de vida dos Graciosenses, nesta visita fica igualmente exposta uma realidade que teima em não obter respostas satisfatórias por parte de um Governo que denota cansaço e incapacidade para implementar uma visão regional sobre o desenvolvimento dos Açores.
14 anos depois de vir à ilha Graciosa em visita obrigatória, o Governo continua a não perceber que toda a ilha, toda a sua economia e todo o seu desenvolvimento estão dependentes da eficácia no combate à desertificação e nas ligações de e com o exterior.
Por mais que o Governo se dedique a visitar a Graciosa para o distribuir de medidas e apresentar mais algum betão, a ilha teima em ser dependente de uma rede de transportes, aéreos e marítimos, de carga e de passageiros, que a ajudem a ser produtiva, competitiva e de progresso.
Invariavelmente, a resposta socialista à velha questão dos transportes é de que faz tudo o possível e que digam os Graciosenses, ou as oposições, como pode o Governo fazer melhor.
Invariavelmente o resultado desta dialéctica é a necessidade de se fazer mais e a constatação de que é o Governo quem tem os instrumentos e a obrigação de responder positivamente aos desafios do futuro e que, neste caso, até são os desafios de sempre.
A Graciosa é uma ilha que pode produzir, mas não tem competitividade no mercado. Se por um lado produzir é mais caro, as más ligações com potenciais mercados levam ao não investimento e a produções sem capacidade de penetração e de afirmação competitiva.
De forma transversal, a desertificação humana é o resultado do insucesso que é este modelo de desenvolvimento que, para modelo, já se comprovou errado.
Uma ilha que não produza riqueza e que, por via disso, não crie emprego e incentivos à fixação de jovens, é uma ilha em que a população envelhece e o futuro não se revela promissor.
"A Graciosa tem grandes potencialidades" é uma frase comum e repetida pelos responsáveis governativos. E é verdade! Mas a contínua batalha para que o isolamento deixe de ser o grande desafio que enfrenta, apenas tem encontrado nas sucessivas 14 visitas de governos do PS à Graciosa, uma deprimente e habitual ausência de respostas!

Publicado no Diário Insular de Terça-feira 6/04/2010

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