Dobram os sinos cor-de-rosa em eventos de "novo ciclo" que, de novo nada têm, e como ciclo são viciosos!
Arregimentam-se "boys and girls" na recta de lançamento de um ano que, para a sua sobrevivência política é de, imagine-se, trabalho!
Os Açores já se habituaram a esta rotina politiqueira em que os seus problemas repentinamente encaminham-se para uma resolução. Uma ilusão criada sempre depois de mais um "toca a reunir", assegurado por quem faz da politica a sua salvação profissional.
Mas os problemas não desaparecem! Pelo contrário, avolumam-se.
Foram já necessários muitos milhões para afastar as ilhas umas das outras, para dar cabo do devir comum e de unidade que se revela no sentir autonómico, e para desvendar o tal ciclo vicioso que se vai anunciando como novo!
A caminho, na segunda década do século XXI, vemos um PS Açores que se mantém igual em tudo, seja nos métodos de confundir o que é publico com o que é do partido, seja nos caciquismos de caça ao voto, seja nos seus protagonistas.
Andamos a convergir com a Europa na pobreza, e as ilhas são cada vez mais periféricas umas das outras. A coesão, que já de si foi uma aldrabice, acabou com a vontade de crescimento harmónico. Passámos a ter ilhas de mão estendida e continuou-se sem se perceber que o verdadeiro desenvolvimento dos Açores passa de Santa Maria ao Corvo, sem duplas periferias e sem triplas insularidades.
Mas lá se vão arregimentando, toldados pela sua profissão de políticos, sem outro objectivo que não o de manter o seu posto de vigia!
Irónicamente, não reparam na mudança que os Açores precisam para que as 9 ilhas tenham o seu destino comum, que se quer de desenvolvimento e fixação de gentes! Estão muito ocupados vigiando o parceiro e prontos para rasteirar quem se atrever a atravessar o seu caminho, ou a esticar demasiadamente o pescoço.
E apesar de esconderem o que diziam quando exaltavam a alternância no poder e o rejuvenescimento das políticas e do políticos, não conseguem deixar de saber que só assim os Açores podem dar o salto qualitativo que, mais do que uma necessidade, é já uma obcessão popular.
E é com um reconhecimento colectivo de que se fechou o ciclo deste modelo de governação socialista, que alguns, mais apegados a que nada mude, se apressam a desviar as atenções para uma semi-assumida confrontação com o novo governo de Portugal.
É importante que ninguém esqueça quem nos trouxe até aqui e o que nos comprometemos cumprir. Não para exaltar a responsabilidade, mas sobretudo para olharmos para o futuro, melhor informados e melhor preparados.
Publicado no Diário Insular e Rádio Graciosa
Na ilha Graciosa faz falta discutir o futuro, propor alternativas, opinar, ouvir, exigir e procurar alcançar o bem comum. Este espaço pretende dar um contributo. Não teremos sempre razão nem seremos donos da verdade, queremos apenas ser uma pedra no sapato da inércia, da falta de visão e imaginação, do imobilismo estratégico e da cultura do "yes man". Temos uma tarefa difícil, temos de partir muita pedra mas não nos importamos, o burgalhau é sempre útil!
terça-feira, julho 05, 2011
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