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Santa Cruz da Graciosa

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terça-feira, setembro 06, 2011

PECAdos e penitência

Foi recentemente notícia a apresentação, na Graciosa, do Plano Estratégico para a Coesão dos Açores (PECA). Na ocasião, veio o Vice-presidente do Governo dizer (segundo o GACS) que este plano "foi entendido como um documento flexível e dinâmico, em constante evolução decorrente das lógicas e dos projectos concretos." Frases bonitas e elaboradas que enchem a boca de um governante disposto a lançar, em final de mandato, as bases da campanha eleitoral sob o signo, repetitivo diga-se, de "agora é que vai ser!" Perante década e meia de incapacidade em promover a coesão no desenvolvimento dos Açores, surge agora uma anteproposta de um plano que, apresentado com tamanho atraso, é apenas mais um instrumento para a propaganda de um regime que, para além de cansado, continua a apostar na receita das ilusões, fazendo de conta que não é o responsável pela condução dos destinos dos Açores desde meados da década de 90 do século passado! Dado o timing e os objectivos, o PECA sugere-nos logo a piada fácil de que "peca" por tardio! E além desse PECAdo original, revela-nos, também, a certeza dos PECAdos de um governo que falhou em toda a linha abandonando o projecto de desenvolvimento harmónico, criando diferentes velocidades no desenvolvimento económico das ilhas, o que, se no início aparentou querer ser uma estratégia para alimentar a locomotiva que "puxava" pelas restantes, acabou por se revelar precisamente o contrário; A locomotiva ficou agarrada ao emperramento que entretanto surgiu nas carruagens que se viram atiradas para a dupla periferia e para a tripla insularidade. Só por fetiche se pode acreditar ser este Governo capaz, agora, de mudar de rumo, alterando uma opção que foi sempre contrária à construção de uma região coesa e solidária. Um Governo que é profícuo a salientar as necessidades de solidariedade nacional para com a Região, mas que nos Açores é como Frei Tomás, "faz o que ele diz, não faças o que ele faz". A escolha da ilha Graciosa, pelo Vice-presidente do Governo, para apresentar esta anteproposta do PECA certamente nada teve de inocente. Ou se tratou de uma questão de sentimento de culpa ou de simples desfaçatez. Como a personagem não é famosa pela sinceridade com que bate com a mão no peito, fico-me pela desfaçatez no atrevimento em vir agora acenar com novas bandeiras de coesão. Bandeiras de ilusão e de demagogia que escondem uma responsabilidade política demasiado pesada para que possamos esquecer o tempo perdido e as erradas opções tomadas. Para quem "peca" espera-se penitência. A ida para a oposição será a medida certa.

Publicado no Diário Insular e Rádio Graciosa

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