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Santa Cruz da Graciosa

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quinta-feira, novembro 28, 2013

Ser "ista"

(artigo de opinião que publico hoje no Diário Insular)

 

Na passada semana, o executivo camarário da Graciosa aprovou o seu orçamento para o ano de 2014.
De entre várias questões que se podem colocar aos documentos do executivo PS uma ressalta de forma mais ou menos notória.
A Câmara irá voltar a ficar com os 5% de IRS que, nos últimos anos, devolvia aos contribuintes da ilha.
Ou seja, um executivo camarário, de maioria socialista, que passa a vida a queixar-se dos impostos e dos cortes salariais dos Governos "dos outros", assim que se apanha com a oportunidade, saca da sua maioria musculada e, pasme-se, aumenta os impostos sobre o rendimento das pessoas.
A somar a esta contraditória atitude, estamos perante uma Câmara que se gaba de não ter problemas financeiros, que, dizem, não tem dívidas excessivas e que, portanto, pode olhar para a sociedade e decidir em benefício dos seus munícipes.
Contudo, esta Câmara parece que se orgulha de ser socialista só quando convém, o que, aliás, não foge à regra de quem se gosta de rotular de socialista mas que é só "ista", pois de "social" resta pouco.
Dirão outros "istas" que o benefício municipal só serve quem mais ganha e quem tem ordenados já razoáveis, digamos, superiores a 1 500 euros.
Mas a esses cabe perguntar: então se os que ganham mais de 1 500 euros não lhes faz falta o benefício municipal, quer isso dizer que a Câmara da Graciosa não irá pagar o alargamento da remuneração complementar que o Governo se prepara para aprovar a nível regional e que atribui um complemento a vencimentos até 3 050 euros?
Olhando o orçamento Camarário e vendo que, mesmo com os cortes nos funcionários públicos, a despesa com pessoal vai aumentar, só pode ser encontrada uma justificação: será paga a remuneração complementar aos vencimentos até 3050 euros, conforme propõe o Governo Regional.
Então o que temos na Graciosa é uma Câmara Municipal, que havia iniciado uma discriminação positiva dos seus residentes abdicando de 5% do IRS para o devolver aos munícipes, trazendo assim alguma justiça social a quem vive numa ilha duramente afectada pelo isolamento a acabar com essa discriminação positiva, por via do IRS, sem justificação aparente.
Em rigor, quem na Câmara ganhe, por exemplo, 2 441,71 € terá um acréscimo de vencimento de 130 euros mensais para atenuar a austeridade nacional, mas se tiver esse vencimento e trabalhar numa empresa da Graciosa passa a ter mais um agravamento de IRS, perdendo o benefício municipal.
Fica um apelo aos "istas" da Graciosa. Por uma questão de coerência e em benefício dos Graciosenses, aprovem a proposta dos vereadores do PSD para manter o benefício municipal do IRS.

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