Portugal termina o programa de assistência e ajustamento
após cumpridas todas as etapas sucessivamente acordadas com os credores.
O PS queria que os números fossem os mesmos de há três anos,
mas a certeza é de que - acompanhando a evolução da economia portuguesa, da europeia e
mundial - os credores do país delinearam um caminho que cumprimos e que não
tivemos de prolongar. Os mercados voltam a confiar suficientemente e o caminho
pode deixar de ser tortuoso.
O país deixou de ser lixo, a puxar para o estercoso, para um
lixo já reciclável.
Acresce que agora, se um qualquer titular quiser reformular
o seu gabinete com uns mármores ou outras mordomias como se fazia no tempo da
festa socialista, já não tem de pedir a bênção da Troika, sabendo porém que o
mais certo é ser demitido no dia seguinte.
Os sacrifícios dos portugueses são vistos como a preparação
de um melhor futuro e melhores oportunidades daquelas que hoje teria a próxima
geração se se prolongasse a agonia da ressaca socialista. Temos mais
consciência de equidade intergeracional.
Durante os últimos três anos, o PS alimentou todo o frenesim
sobre uma coisa que, se sabia à partida, seria de uma enorme dureza para os
portugueses, em particular a classe média e baixa que mais sentem o drama do
desemprego. Fizeram questão de estar sempre do lado da incerteza e do
descrédito na forma como cumpriríamos o que nos era exigido pelos credores.
Alimentaram a depressão colectiva, apenas com o intuito de agregar a simpatia
da convulsão social, provocada pela intervenção externa. E não contentes com nada,
continuam a achar que tudo vai piorar, quando tudo está a tomar um caminho de
um país capaz de caminhar pelos seus meios, no seio do euro e da comunidade
europeia.
Nos Açores, o governo anseia por mais uns milhões para ver
se se aguentam para além dos 20 anos de poder, indiferentes a que depois de uns
quadros comunitários bem recheados, estamos em contraciclo com as restantes
regiões de Portugal, caminhando para deixar à próxima geração uma região
entregue à irresponsabilidade de quem preferiu gastar sem investir!
Começa a ser penoso assistir às performances do Governo
Regional, que olha para o desemprego e para o afundar nos índices sociais e diz
que a culpa é da república. Porém, essa culpa da república leva a que sejamos piores
do que os outros que, na mesma república, conseguem ser melhores que nós. No
fundo, os socialistas açorianos acham que os açores são piores que todas as
outras regiões, por culpa dos outros!
Temos mais desemprego que os outros, por culpa deles, temos
mais RSI, insucesso e abandono escolar, violência doméstica, gravidez na
adolescência, baixos rendimentos, baixas pensões, alto coeficiente de Gini (que
mede a desigualdade entre os mais ricos e mais pobres), baixo poder de compra, menor
índice de desenvolvimento regional, maior desemprego jovem etc. etc., e tudo
por culpa dos outros!
Para procurar a lógica disto temos de apelar à imaginação em
formato Excel do Vice-presidente do Governo Regional, e aí talvez se explique
como gerir fundos comunitários para ter resultado zero!
Sem comentários:
Enviar um comentário