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quarta-feira, outubro 22, 2014

Opinião: Pergunte se faz favor



Ouvi, sem grande espanto atendendo ao mensageiro, o líder parlamentar do PS Açores a apelidar de vazias um conjunto de propostas apresentadas pelo PSD Açores no parlamento regional. Tendo sido essas propostas resultado de contactos com muitos açorianos e muitas instituições, deixo ao sr. Berto os seguintes desafios: Pergunte a uma mãe, com filhas gémeas, ambas com necessidades educativas especiais e com patologias diferentes, se a proposta para o aumento da idade no âmbito da intervenção precoce não faz diferença no diagnóstico, acompanhamento e estratégias de actuação transdisciplinar, ou se a proposta de actuação na adequação e intervenção dedicada dos técnicos no âmbito dessa intervenção precoce, possibilitando que ao nível concelhio se possa actuar por forma a criar efectivas estratégias e modelos de intervenção individualizados em contexto e ambiente escolar ajuda ou não no propósito de melhor responder às necessidades educativas das suas crianças.
Pergunte, também, às escolas e a quem trabalha com as necessidades educativas especiais, se os técnicos em falta nas nossas escolas não são imprescindíveis para concretizar uma escola inclusiva, em que não se esconde a diferença mas onde se partilha e aprende com cada individualidade. Ou pergunte aos técnicos formados em terapia da fala, terapia ocupacional, fisioterapia e outras especialidades em falta, mas que estão no desemprego na nossa região, se o investimento nos seus conhecimentos a favor da comunidade faz ou não sentido.
Ou pergunte a uma IPSS se consegue fazer face às necessidades dos seus destinatários do apoio domiciliário, de segunda a sábado, deixando de fora da equação da prestação social os domingos e os feriados, ou ao idoso que recebe esse apoio domiciliário se é relevante este ser prestado da forma que é proposta, sete dias por semana.
Ou pergunte a outra IPSS, que actua em todo o seu concelho, se os gastos da sua congénere, que recentemente iniciou actividade e não tem o mesmo volume de despesa em termos salariais ou de custos de funcionamento, são comparáveis ao custo cliente, suportado para prestar o mesmo apoio social, com a qualidade que é exigível na prestação contratada, apesar de ambas prestarem um serviço social necessário e adequado.
Pergunte, ainda, àquelas famílias monoparentais, em que não existe qualquer rendimento, por desemprego ou inactividade, se não faz diferença poder mais rapidamente por termo à inactividade, beneficiando de um olhar prioritário no acesso a programas de apoio ao emprego ou à reconversão e valorização profissional.
E pergunte aos beneficiários dos apoios sociais, ou aos açorianos que vivem mais carenciados, se não é muito mais adequado que exista no terreno uma rede social, que partilhe e canalize informação, melhor respondendo a quem mais necessita, evitando que quem já passa por dificuldades tenha de andar de porta em porta, procurando o lugar certo para atender à carência que urge resolver e assistindo ao dispersar das respostas sociais ou ao mau aproveitamento dos recursos.
São estes açorianos, pessoas concretas que sofrem pelo tempo de dificuldade que se vive na região, com os piores indicadores sociais do país, onde é mais premente saber dirigir uma atenção especial a quem mais necessita.
Não tenho esperança nem que o sr. Berto faça as perguntas, nem que saiba as respostas, mas mantenho alguma esperança que no partido do sr. Berto impere o bom senso na implementação destas medidas.

(Rádio Graciosa, Diário Insular, Açoriano Oriental)



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