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domingo, outubro 25, 2015

Santa Cruz da Graciosa: Vereadores do PSD dizem que 2016 será mais do mesmo



Santa Cruz da Graciosa, 25 de outubro de 2015
 

Santa Cruz da Graciosa: Vereadores do PSD dizem que 2016 será mais do mesmo

 

Os vereadores do PSD/Açores eleitos na Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa consideraram que o orçamento e as opções do Plano para 2016 "vão trazer mais do mesmo ao concelho", acusando a gestão socialista da autarquia de "imitar o Governo Regional do PS, com obras que não saem do papel e uma ineficácia no combate à desertificação humana. Para 2016, teremos mais do mesmo na Graciosa, com as mesmas duas obras inscritas no Plano", referem.

 

Os social democratas votaram contra o documento apresentado, e realçam que há iniciativas importantes em falta "como a 2ª fase da requalificação no centro histórico, onde se aguarda ano após ano uma intervenção nos pauis, a cobertura do pavilhão municipal, ou as recuperações da antiga central elétrica da EDA e do moinho de vento", adianta António Reis.

 

Um aumento das transferências para as juntas de freguesia e um aumento das verbas para o apoio à natalidade, foram temas levantados pelos vereadores do PSD, que também criticaram a autarquia por "insistir na cobrança de 5% do IRS, que é o máximo previsto por lei. E por manter um apoio diminuto ao nosso Carnaval, que é um cartaz turístico por excelência da ilha", explica o autarca.

 

Segundo António Reis, "choca-nos ver a orientação com que trabalha este executivo municipal, e esperávamos muito mais do plano e do orçamento para 2016. Infelizmente, é com este marcar passo que os graciosenses terão de viver mais um ano, em que as apostas claras de desenvolvimento da ilha foram novamente esquecidas", concluiu. 

quinta-feira, junho 11, 2015

GRACIOSA. APONTAMENTOS, ADIAMENTOS E LAMENTOS

Graciosa. Bom tempo, clima ameno, mar convidativo, festas, bodos, ambiente sereno com aquela nostalgia muito característica das ilhas que torna a vida menos cinzenta.
Em Junho aproximamo-nos do mar, damos um salto à Praia ou ao Carapacho, espreitamos a Calheta, o Boqueirão, o Barro Vermelho ou mesmo os Poceirões da Vitória e, se viável fosse, até o Porto Afonso ou a Poça das Salemas seriam locais com outra visibilidade no lazer da entrada do Verão, entre uma coroação e um ou outro compromisso.
É também nestas alturas que se volta sempre a repensar o que falta, o que podemos melhorar ou o que se devia mudar para que todos estes locais de encontros e divertimentos, que tanto representam para muitos que vivem a ilha mesmo sem viver na ilha, não sejam locais esquecidos nos afazeres dos executivos locais ou regionais.
Se algumas excepções podem ser notadas, como a limpeza atempada da Praia ou algumas melhorias no Barro Vermelho e constante atenção para os Poceirões, a verdade é que todo o resto vem sendo esquecido e adiado.
Por vezes aparecem mais umas ideias ou o trabalho de algum jovem que gostaria de ver a sua terra progredir. E essas ideias até são apropriadas para a propaganda de quem, afinal, pouco está a fazer.
Pelo menos foi assim que resultou a divulgação de uns desenhos sobre obras na Calheta que afinal são apenas mais umas ideias que aparecem numa altura em que não se vai fazer nada, pois fechar para obras no início da época balnear é pouco recomendável.
Mas o tempo vai passando e vamos assistindo a muitas outras coisas em que se perde tempo e oportunidades por falta de iniciativa, de estratégia de desenvolvimento ou, simplesmente, porque alguns acham que mais perto de eleições é que faz falta voltar a engodar mais algum voto.
Também, em tempos, foi cedido um edifício para que uma empresa pudesse criar 30 novos postos de trabalho na ilha Graciosa, com tudo o que isso traria de substancial para uma ilha em decadência populacional e repleta de desemprego e emigração jovem, mas parece que a Câmara teima em não conseguir ter esse edifício nas condições necessárias para que a empresa possa avançar com o seu projecto e qualquer dia levam o projecto para outro local, perdendo-se uma oportunidade de extrema importância, talvez mais importante que outras obras de embelezamento ou apresentações fictícias de projectos de transformação estética que apenas aparecem para distracção de Verão.
Igualmente se aguardam obras, e mais obras, prometidas de legislatura em legislatura e que a conta gotas são anunciadas ou reanunciadas para finais de mandatos sempre teimosa e enjoadamente programadas para um corta fitas de campanha eleitoral, mesmo que sejam resultado de erros ou adiamentos provocados por quem depois aparece como estrela do acontecimento.
Isso mesmo também sucederá com empreendimentos públicos em decaimento de oferta e que, irresponsavelmente, parece que há quem deseje o quanto pior melhor para depois aparecer como a solução para os males que, entretanto, não soube evitar.
Felizmente temos o mar e tantas outras coisas boas, que fazem sempre voltar aqueles que tiveram de procurar saída para a sua vida noutras ilhas, no Continente ou em outros Continentes e que, por vezes, procuram na ilha descobrir uma nova possibilidade de regressar, mas que se deparam com alguma desilusão, pois reencontram velhos problemas.
Também nisso se devia deixar de ver o desenvolvimento de uma ilha pelos anúncios de projectos que não se realizam e pelas euforias eleitorais.


domingo, junho 07, 2015

Desigualdade, a berma na via socialista - Opinião de João Bruto da Costa


Desigualdade, a berma na via socialista

Eu não tenho nenhum prazer em mostrar a quem rejubilou com uma espécie de anúncio sobre vivermos numa região em que uma família de quatro elementos (dois adultos e duas crianças) ganha, em média, mais 1500 euros do que no resto do país, a manigância desse entendimento.

Essa "série estatística" difundida por altos responsáveis, como o Vice-Presidente do Governo ou a Secretária Regional da Solidariedade revela, afinal, o desnorte socialista perante a sociedade mais desigual que existirá do Atlântico aos Urais!

A região tem 70 mil cidadãos isentos de pagar taxas moderadoras na saúde, unicamente por preencherem o requisito de estarem numa situação de insuficiência económica.

Destes Açorianos, 18 mil beneficiam do RSI, sabendo-se hoje que as quatro regiões de Portugal com maior incidência de beneficiários por percentagem de população são as ilhas de São Miguel, Terceira, Santa Maria e Graciosa. Nas 10 primeiras estão igualmente São Jorge e Faial.

Os Açores são mesmo a região onde a quantidade de pessoas que necessitam de um apoio de pobreza por percentagem de população, é mais do triplo da média nacional.

Em São Miguel, 15 por cento da população residente é beneficiária do RSI, e em concelhos como a Ribeira Grande são 20 por cento dos munícipes.

De todas estas pessoas que recebem em média 69 euros de RSI por mês e que vivem com enormes dificuldades para se aguentarem no "balanço", nenhuma delas faz parte do tal quadro pintado em tons de rosa pelos responsáveis governativos das finanças e da solidariedade.

É que em nenhum destes lares aparecem rendimentos de 1500 euros a mais por mês relativamente ao resto do país, porque em nenhum deles entram sequer esses 1500 euros.

Mas para que os governos não deixem de perceber que nem todos estão nos círculos de referência dos governantes socialistas – e que há muitos milhares que não se revêem na via socialista – é necessário lembrar que há lugares dos nossos Açores em que muito boa parte da população vive com muito pouco, mesmo que haja outra parte que faça subir a estatística, ou a média, como queiram chamar.

Poderia ilustrar com o caso dos mais de 6000 colaboradores do Sector Público Empresarial Regional, que recebem, em média, 2300 euros por mês – mesmo que muitos estejam com bases salariais que fazem avolumar os que estão em insuficiência económica – a verdade é que há cada vez maiores discrepâncias na sociedade açoriana.

Numa sociedade com tais desigualdades, em que para que estatisticamente o rendimento dos açorianos, segundo o governo regional, está a aumentar e seja consideravelmente superior ao resto do país, há uns bons milhares de cidadãos que revelam que grande parte das pessoas vive abaixo da linha de água e, por isso temos as mais altas percentagens de incidência de RSI e elevadas taxas de isenções, por insuficiência económica do agregado familiar.

Pelo caminho de combater as desigualdades e a exclusão vem também o governo regional, pela mão da Secretária da Solidariedade, anunciar com pompa e circunstância que dos 1100 milhões de euros do quadro comunitário para 2020, onze (!) serão destinados à inclusão. Um valor que diz bem das prioridades para fazer realmente a diferença, pois quem convive bem com tanta desigualdade e pouco investe na inclusão, certamente pensa que nos lares dos açorianos todos festejam não terem de pagar taxas moderadoras, porque não têm dinheiro para o fazer!

Estes estão à margem do sucesso e pararam na berma da via açoriana, anunciada pelo PS.



quinta-feira, maio 28, 2015

Santa Cruz da Graciosa ainda aguarda rua com o nome do médico Vasco Rodrigues


Santa Cruz da Graciosa, 28 de maio de 2015

 

Santa Cruz da Graciosa ainda aguarda rua com o nome do médico Vasco Rodrigues

 

O PSD/Açores questionou hoje o Governo Regional, nomeadamente a Secretaria Regional de Turismo e Transportes (SRTT), sobre a atribuição do nome do médico Vasco Rodrigues a uma rua de Santa Cruz da Graciosa, "uma deliberação aprovada por unanimidade pela câmara municipal, que foi submetida à SRTT em dezembro de 2012, e que até agora nunca teve resposta", lamentou o deputado João Bruto da Costa.

 

Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, o social democrata lembra que a deliberação partiu da Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa, "que recomendou atribuir o nome do falecido cidadão honorário de Santa Cruz da Graciosa Dr. Vasco Rodrigues ao arruamento que liga a Rua Engº Rodrigues Miranda ao Centro de Saúde de Santa Cruz da Graciosa".

 

"Tanto a Assembleia Municipal como a Câmara aprovaram, com toda a naturalidade e de forma unânime, a proposta, visando homenagear um reconhecido cidadão, médico e amigo da ilha Graciosa. Lamentavelmente, a SRTT continua sem dar um parecer à proposta submetida pela autarquia, conforme confirmou o presidente de câmara", refere João Bruto da Costa.

 

"Em mais de dois anos, a ausência de resposta da SRTT só pode ser interpretada como um desleixo muito grande face um assunto tão simples", daí o requerimento social democrata "para saber quando é que o Governo responde ao pedido do Presidente da Câmara de Santa Cruz da Graciosa, e que apenas custa o selo na volta do correio", acrescenta o deputado.

 

"Só falta o Governo acabar com esta espécie de veto de gaveta de um assunto que apenas é grande na memória do povo da ilha Graciosa", concluiu João Bruto da Costa.

quarta-feira, maio 27, 2015

Coesão? Ainda a ver navios

Coesão? Ainda a ver navios




 No final da passada semana a Transmaçor anunciou o reforço das viagens marítimas dos navios "Gilberto Mariano" e "Mestre Simão" nas ilhas do triângulo, consagrando, igualmente, duas ligações semanais com a ilha Terceira. De fora fica, mais uma vez, a ilha Graciosa.
É de louvar que se reforce o número de viagens na época estival. Afinal, assim o obriga a necessidade de acessibilidades nas ilhas do Grupo Central, aumentando as possibilidades de maior movimento de pessoas e reforçando a coesão. Mas a exclusão sistemática da ilha Graciosa desta operação é um factor de discriminação inaceitável que empurra para fora de qualquer plano de coesão social, económica e territorial a mais pequena ilha do Grupo Central.
É escusado voltar a referir todas as potencialidades da ilha Graciosa que se desvalorizam com este tipo de políticas de transportes. E mais escusado será a necessidade de elencar todas as contrariedades da ilha continuar a ser excluída numa operação que, em tempos, até tinha como obrigação de serviço público as viagens entre o triângulo e a ilha Graciosa.
Mas não posso deixar de referir aquilo que é mais uma "traição" aos legítimos anseios de uma comunidade que vê goradas quaisquer expectativas de poder sentir-se integrada num conceito de autonomia solidária, em que se complementam os esforços de todos para que ninguém fique para trás.
E a verdade é que a Graciosa está a ficar cada vez mais para trás, pelo repetido esquecimento daquilo que são as suas necessidades.
Quando, em 2012, as propostas apresentadas pelos diferentes partidos concorrentes às eleições regionais incluíam uma concretização de um verdadeiro mercado interno e quando estamos a mais de meio da legislatura os graciosenses perguntam-se: para quando? Para quando é que terão oportunidade de fazer escoar os seus produtos? Para quando poderão ambicionar o famoso aumento de escala para a sua economia? Para quando serão cumpridas as promessas que, legislatura após legislatura, lhe são feitas e que teimam em não ser concretizadas?
A resposta é mais simples do que à primeira vista parece e os Graciosenses já a conhecem: só com a mudança de políticas se poderá vir a assistir a uma autêntica alteração do paradigma do isolamento a que estão a condenar a ilha, isolada pela falta de mobilidade, pela falta de acessibilidades, pela falta de compreensão para o perigo do desequilíbrio social e económico que tem origem na desertificação e na descrença crescente entre as suas gentes.
No ano passado, perante as notícias de que os navios da Transmaçor não iriam escalar a Graciosa, ouvimos Presidente da Câmara e destacados responsáveis políticos ligados ao Governo afirmar que isso até era melhor porque a ilha seria servida pelos navios da Atlanticoline (!!!).
Foram afirmações que chocaram pela ofensa que constituíram à inteligência dos graciosenses. Não sei que "conversas" hoje terão esses responsáveis para dizer aos graciosenses sobre mais um ano sem bons transportes para a Graciosa, pois nem os horários da Atlanticoline servem a ilha em condições, nem os navios da Transmaçor irão escalar a Graciosa. Nem tão pouco já interessa muito aos graciosenses as justificações de quem apenas se preocupa em defender o indefensável, ignorando quem é o verdadeiro credor da sua lealdade e que são os eleitores. O que os graciosenses queriam mesmo é não ser sempre apenas as vítimas dos ciclos eleitorais, em que de 4 em 4 anos voltam a assistir a promessas ou medidas que só surgem para conquistar votos.
(Rádio Graciosa/Diário Insular/Açoriano Oriental/TC.f/Mais Central) 

terça-feira, maio 26, 2015

O que está verdadeiramente em causa - Açoriano Oriental


O que está verdadeiramente em causa

É hoje conhecido o que está em causa nas próximas eleições para a Assembleia da República.

Após os anúncios do PS sobre o que será a sua atuação se vencesse as eleições o país ficou a conhecer o caminho que os socialistas querem seguir, bem como todas as contrariedades que daí resultam.

Apesar de António Costa dizer uma coisa às segundas, quartas e sextas e outra às terças, quintas e sábados, já é possível perceber que caso ganhassem eleições a primeira coisa que fariam era dar execução à sua celebre receita do "leve agora e pague depois", que além de dar cabo da equidade intergeracional, entregando às gerações futuras a insustentabilidade das suas opções, levaria a mais uma situação de emergência e à necessidade de, novamente, chamar o auxílio externo para colocar as contas em ordem. E lá teriam os portugueses de assistir ao adiar de poderem viver num país que não se limita a gastar o que não tem para sustentar uma ambição de poder de quem apenas olha aos velhos interesses que, sistematicamente, puxaram Portugal para trás.

Há nas propostas socialistas para a década uma inevitável conclusão: Sabem como gastar, mas não sabem onde vão buscar o dinheiro.

Na apresentação de um projeto económico que oferece tudo a todos, mais depressa e com maiores riscos, o PS de António Costa com a ajuda de César e Sérgio Ávila esqueceu-se daquelas letrinhas pequeninas que costumam vir nos contratos de alto risco como empréstimos para férias, o financiamento de um carro novo ou uma nova dívida para um Cruzeiro de sonho.

E até nem precisava de muito espaço para escrever apenas: "Cobrança garantida pela TROIKA".

Todos nós recordamos quando andávamos a ser invadidos por esses anúncios que ofereciam dinheiro para férias, para uma gigantesca televisão - que alguns foram levados a comprar mesmo sem terem onde a colocar - ou para um carro bem à maneira, se não tivessem carta de condução também havia empréstimos para isso.

Nesses anúncios tudo eram facilidades, as prestações suaves e suportáveis, enfim, depois é que eram elas, e à semelhança do resto do país e do próprio Estado, mal havia uma dificuldade ficavam sem carro, sem férias, sem televisão e nem mesmo assim se livraram de ter de pagar a dívida, com juros e penalizações.

Este caminho oferecido pelos socialistas já é receita bem conhecida dos portugueses. E, apesar do aspeto saboroso do que oferecem, também já todos sabem bem que dali só resultam amargos de boca e muita indigestão. Invariavelmente (assim o prova a história), após governos do PS chegam as contas para pagar, e com elas muitos sacrifícios e muitas dificuldades.

É isso, mais uma vez, que propõem os socialistas aos portugueses.

Nos últimos quatro anos, Portugal viu-se obrigado a medidas muito duras para corrigir o desvario dos Governos do PS de Sócrates e César e com a coragem e determinação do Governo liderado pelo PSD, hoje, o país está a crescer, as perspetivas económicas são bastante favoráveis e começa a perceber-se que foi feito o necessário para nos livrar das incidências do resgate a que fomos submetidos.

Para os próximos anos sabemos bem o resultado das nossas escolhas, e sabemos bem quem tem sempre de pagar quando os governos gastam o que não têm para satisfação eleitoral.

Os açorianos também sabem que por mais que alguns se entretenham com outras questões, o que verdadeiramente está em causa nas próximas eleições para a Assembleia da República é uma escolha simples, mas determinante para o nosso futuro: Seguir em frente ou voltar para trás!

A região virtual - Açoriano Oriental


A região virtual

"Cada Açoriano tem um rendimento disponível superior em €381 ao que se regista no país, ou seja, cada família açoriana, se for constituída, em média, por quatro pessoas, usufruiu de um rendimento em cerca de 1.500 euros superior ao que se verificava nas famílias do resto do país", afirmou, recentemente, o vice presidente do Governo, Sérgio Ávila.

Esta afirmação é, no mínimo, um insulto para milhares de açorianos que não conseguem obter um rendimento sequer próximo daquilo que fala o mago das Finanças Regionais.

Pense-se, por exemplo, nos idosos e em 52.000 pensionistas que recebem em média menos do que €350 por mês. Ou ainda nos 18.000 beneficiários do R. S. I. e nos milhares de desempregados que subsistem nos Açores.

Sinceramente, não sei de quem falava o vice-presidente. O que sei é que milhares de açorianos, mesmo que tenham emprego em que um casal não recebe muito mais que o salário mínimo e que tenha pelo menos 2 filhos, certamente que não vivem na região descrita. E aqueles idosos que vivem sós ou acompanhados por outro idoso com pensões mínimas, sociais e rurais que estavam congeladas por governos de que fazia parte António Costa, nem sequer ficam perto de um rendimento de €381 que, segundo a engenharia financeira, cada açoriano tem a mais do que outro português.

Talvez Sérgio Ávila pensasse apenas em determinadas situações que até têm rendimentos em média superiores, mas que também as estatísticas enganam, como por exemplo os colaboradores das empresas públicas regionais, em que 215 milhões de euros pagam 6500 colaboradores, portanto, estes, em média, recebem 14 vezes por ano mais de €2300. Ainda que estas empresas tenham uma dívida superior a 1500 milhões de euros.

A região de Sérgio Ávila é uma região virtual em que, se o próprio for ao restaurante e comer dois bifes, o mendigo que está à porta terá no dia seguinte, também segundo o próprio Sérgio Ávila, comido um dos bifes da refeição dele, mesmo que se tenha limitado a receber uma moeda à saída.

Há já muitos anos que temos um governo que insiste que a mediana da sociedade açoriana pressupõe um alto nível de vida quando, na realidade, o que existe é uma enorme diferença no rendimento dos mais abastados comparativamente ao número de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, pelo que essa mediana traduz uma sociedade virtual.

Só mesmo por mero despudor se pode insultar a maioria dos açorianos, dizendo que o seu rendimento é superior ao dos restantes portugueses em 381 euros, quando há milhares de pessoas nos Açores que apenas sonham receber isso por mês.

O vice-presidente e representante do socialismo regional no projeto de ilusões para a década em Portugal reflete um socialismo mais do que derrotado na Europa.

O mesmo socialismo que quando está no poder ilude acerca do verdadeiro modelo social que implementou e que, quando quer chegar ao poder, apresenta a ilusão de que o seu modelo trará progresso.

Na via açoriana há uma triste ironia: a região com um modelo social falhado é simultaneamente o orgulho dos soldados virtuais do Estado Social!

Paradoxalmente esse Estado Social alimenta a justiça social apoiando os mais carenciados mas igualmente alimenta-se da manutenção das desigualdades sociais.

Vive-se a ideia de sucesso do modelo mas não ocorre desenvolvimento social. Apenas a aparência conta. E nesse sentido todas as famílias dos Açores com dois filhos ganham mais 1500 euros por mês do que os seus pares do continente.

Um absurdo!

Uma manigância!

20 anos de socialismo - Açoriano Oriental


20 anos de socialismo

Não foi com grande espanto que ouvi o presidente da Câmara de Santa Cruz da Graciosa a criticar o governo ou, por outra, a criticar as empresas públicas que operam os transportes e a mobilidade dos açorianos. E não me espantou porque ao fim e ao cabo não é senão mais uma atitude socialista típica, também, na Ilha Branca.

Como sempre, quando se trata de arrumar o que desarrumaram atiram as culpas para outros. A novidade aqui é que, desta vez, de entre as raras vezes que isso possa ter sucedido, conseguem já criticar aqueles que sempre foram, afinal, os melhores de sempre.

No entanto, não deixa de ser estranho não se aperceberem que se as coisas estão mal no ano de 2015, após 20 anos de governos socialistas, andaram todo o tempo a acompanhar e a influenciar para que se consagrasse um modelo criado precisamente pelos que agora se lançam em brados de "acudam-nos!".

Não se pode deixar de concluir que são, sobretudo esses, os responsáveis pelos resultados que agora dificultam ainda mais o desenvolvimento das ilhas.

Não tendo eu ainda tido a oportunidade de assistir, apesar de tudo, a algum momento em que este esgotado modelo socialista implementado nos Açores, por alguns que até são "cristãos novos" do socialismo insular, tenha tido a frontalidade de assumir a responsabilidade de os Açores, ainda hoje, terem um sistema de transportes que faz os Graciosenses estarem mais longe de São Miguel do que um Micaelense está de Lisboa.

Fico, agora, convencido de que durante todos estes anos em que os socialistas se fartaram de dar pancada em todos aqueles que os criticavam, afinal de contas, também já nessa altura não tinham razão.

E perante a evidência de que apesar do mago financeiro, que aplica todas as poções económicas na região, continuar a dizer que estamos de vento em popa a combater o desemprego, assistimos a um constante apelo à criação de verdadeiro emprego como a maior necessidade regional.

Em ilhas sem economia não pode haver criação de emprego. E sem o afastamento das ideias de sempre defendidas por aqueles que vão impondo a sua vontade, há duas décadas, dificilmente podemos ambicionar verdadeira criação de emprego.

A consequência pode acabar por ser passarmos a "sazonais", um pouco como quando vão pedindo às pessoas para que, de quatro em quatro anos, depositem nova confiança, porque os últimos 20 ainda não foram suficientes para cumprir com aquela velha promessa dos Açores se desenvolverem e deixarem para trás o estigma do isolamento e da dupla insularidade.

E então, de quando em vez, lá ocorre mais uma medida cheia de mais uns milhões querendo iludir este rumo desastroso a que nos conduzem.

O mal é geral, não há ilha sem titular socialista que nunca assumiu responsabilidade pelo fracasso do modelo que não trouxe o desenvolvimento aos Açores. Nem há titular socialista que não se queixe do vizinho, do chefe, do funcionário, da oposição, da bateria do telemóvel ou de qualquer outra razão que lhe venha à cabeça para justificar não fazer o que deve e quando faz o que quer não apresenta os resultados prometidos.

Certamente que todos conhecem um qualquer responsável político que lhes prometeu o paraíso e que contínua a prometer só que agora chama-se "Mais-Paraíso". Uma nova marca para vender o mesmo esquema.

Também a pequena ilha Graciosa passou a ser "Mais-Graciosa" e depois "Ainda-Mais-Graciosa", e tudo isso apenas vai escondendo o verdadeiro cisma social da emigração, da sazonalidade, e da desertificação que, essa sim, "Ainda-Mais-Se-Acentuou"!

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A

Mais esquecidos e mais isolados - Açoriano Oriental


Mais esquecidos e mais isolados

O novo modelo de acessibilidades aéreas dos Açores tem gerado alguma controvérsia pela discussão acerca da mobilidade dos açorianos com o exterior, e compreende-se que existam ainda muitas questões nas ligações com Lisboa e Porto que talvez só com tempo possam ser resolvidas para não levar a pensar que o modelo não está a servir bem algumas ilhas.

Para já, como resultado deste novo modelo, certo é que as passagens para os residentes e estudantes levaram uma brutal redução, o que só pode ser bom para todos, e isso não pode deixar de ser realçado.

Mas se a discussão em torno dos problemas ainda existentes nas ligações para fora da região tem ocupado muito do foro público, as ligações dentro dos Açores das ilhas mais pequenas, como a Graciosa, acabam por não ter o espaço de discussão pública que necessitam para que todos saibam que estas ilhas estão a sofrer um retrocesso de isolamento a que não assistíamos há muitos anos.

Quando muitos, legitimamente, se ocupam das preocupações das ligações com o continente, a Graciosa está a desesperar por ligações dentro dos Açores e também com o exterior.

Doentes da ilha Graciosa que hoje, quarta-feira, dia 29 de Abril de 2015 necessitam de se deslocar para a ilha Terceira para uma consulta médica, tiveram de se ausentar da Graciosa no passado sábado, ou seja, quatro dias antes do dia da consulta, porque os voos estão cheios não só à saída da Graciosa, mas também para deslocações à ilha.

A razão disto é simples: Segundas, terças e quartas ao final da manhã, o equipamento da SATA que serve (mal) a Graciosa é o Dash 200, com capacidade para cerca de 40 passageiros.

Por via desta "política" de mobilidade a ilha sente-se de regresso aos tempos em que se embarcava com uma semana de antecedência para chegar a tempo a Lisboa ou a Ponta Delgada. Mas para piorar isto, o caso em concreto é para deslocação à ilha Terceira, mesmo ali ao lado portanto.

A somar aos problemas das viagens interilhas, muitas vezes pouco valorizados quando se pensa somente nas deslocações para o exterior da região, o facto de a escolha dos equipamentos levar a constantes reservas em lista de espera, faz com que muitos que possam optar por visitar as ilhas mais pequenas mais facilmente desistam, levando ainda a um maior isolamento.

Acrescem as queixas de emigrantes, porque os horários para a Graciosa obrigam a pernoitas em outra ilha por uma questão de uma hora, ou até menos, ou as constantes queixas de pescadores que não conseguem exportar o produto do seu trabalho porque os equipamentos usados para as ligações com a ilha não têm capacidade de carga ou, ainda, o facto de os voos de quarta-feira pela manhã terem passado para o final da manhã, levando a que não haja dia nenhum em que a ilha tenha ligações que cheguem a Lisboa sem ser a horas de madrugada, perdendo um dia inteiro em viagem. Ou ainda aqueles que para uma consulta na ilha Terceira deixam de poder ir e voltar no mesmo dia, com todos os gastos que isso implica.


Quando esta legislatura prometia um avanço na mobilidade e no mercado interno. Quando o poder regional assumia como fulcral melhorar as acessibilidades, o que ilhas como a Graciosa assistem é ao constante adiar dessas promessas que, a par de outras, ficam sempre para vésperas de eleições. De ano para ano repetem-se os problemas, alguns até se agravam e levam à continua desertificação. Sobre tudo isto não querem alguns prestar contas na sua propaganda de regime. Mas os graciosenses, novamente, não esquecem!•

*Deputado na ALRAA pelo PSD/A

quarta-feira, abril 22, 2015

Duarte Freitas. O papel principal – Opinião de João Bruto da Costa

Quando Sócrates anunciou ao país as medidas de austeridade decorrentes do resgate da TROIKA, ficou-se apenas por aquelas que seriam menos dolorosas, ocultando as mais nefastas para os Portugueses. Quem disse isto foi Teixeira dos Santos, o Ministro das Finanças de Sócrates que ficou desagradado por não terem sido anunciados todos os cortes em rendimentos e pensões e todos os aumentos de impostos que Portugal teria de suportar.
De entre esses aumentos de impostos incluía-se a redução de diferencial fiscal dos Açores que também fora ocultada na comunicação de Sócrates.
Essa redução do diferencial fiscal foi conhecida dos açorianos, mas Carlos César, à semelhança de Sócrates, escondeu a verdade sobre esse brutal aumento de impostos. Na altura, César e Cordeiro desvalorizavam esse aumento os impostos dos açorianos, tentando passar a mensagem de que isso não teria nos Açores o impacto que o PSD então denunciava.
Mas se isso foi típico da forma como os socialistas escondem os fracassos da sua governação, já com o decurso do resgate que nos humilhou perante a Europa, César e Cordeiro faziam de conta de que não tinham a responsabilidade de ter permitido que Sócrates levasse os açorianos a pagar mais impostos.
Para o socialismo dos Açores, cujo governo era o único a beneficiar com o aumento de impostos na região, aumentando as suas receitas, o melhor mesmo era atirar culpas para Passos Coelho e para quem tinha a árdua tarefa de salvar Portugal do jugo da TROIKA.
Mas quem não se conformava com essa injustiça de aumentar os impostos dos Açores nunca baixou os braços e lutou sempre para que fosse possível, o quanto antes, voltar a ter um diferencial fiscal de 30%, pois isso era fundamental para promover o crescimento da economia e a criação de riqueza.
E essa pessoa, que nunca deixou no esquecimento a injustiça praticada, foi o Presidente do PSD Açores, Duarte Freitas.
Ninguém pode esquecer que por acção de Freitas os deputados do PSD Açores votaram contra a redução do diferencial fiscal e ninguém pode, igualmente, esquecer que foi Duarte Freitas quem, aquando do Congresso do PSD em que pela primeira vez foi eleito Presidente do Partido nos Açores, disse a Passos, olhos nos olhos, que exigia a reposição do diferencial fiscal.
Em resposta, Passos disse que naquele momento não se podia comprometer com a redução dos impostos dos açorianos pois, durante o programa de ajustamento, Portugal estava obrigado a cumprir com essa imposição trazida pela mão de Sócrates e César. Mas que com a saída da TROIKA se voltaria a falar sobre essa possibilidade.
Entretanto a TROIKA foi posta fora de Portugal pelo Governo liderado por Passos Coelho, perante a incredulidade dos socialistas e, nos Açores, César e Cordeiro faziam de conta que o diferencial fiscal era apenas mais uma das medidas cujo ónus seria de Passos para que o proveito fosse do Governo Regional.
Houve, porém, quem não esquecesse os interesses dos Açores e dos açorianos e, mais uma vez, Duarte Freitas teimou que não se podia permitir a manutenção daquela injustiça não deixando que Passos perdesse mais tempo em repor o diferencial fiscal nos 30%.
Com a saída da TROIKA, Freitas levou a que Passos anuísse e, no último Orçamento de Estado, consagrou-se a reposição do diferencial fiscal.
Finalmente, a muito custo, Cordeiro aceitou, agora, cumprir com a redução dos impostos nos Açores, mas é um dever lembrar a verdade histórica e se no próximo mês os impostos dos açorianos vão baixar, Freitas teve o papel principal.

terça-feira, abril 07, 2015

Banhos de realidade - Açoriano Oriental


Banhos de realidade

Na passada semana, dois acontecimentos deram-nos um "banho" de realidade que não podem deixar de merecer destaque.

Em visita oficial à ilha Graciosa, o PCP e o seu deputado regional, Aníbal Pires, constataram a paralisação da ilha como que a necessitar também ela de um plano de revitalização. Ou de um plano que ponha em prática os apregoados planos para a coesão.

Nas conclusões dessa visita, o deputado comunista denunciava e apontava as promessas não cumpridas, o adiamento de projetos, as mesmas queixas de sempre para com o isolamento, sim, ainda o isolamento, e o adormecimento que sente a economia da Graciosa perante uma governação que criou problemas em todo o lado, deixando tudo na ânsia de uma mudança.

Fiquei prudentemente à espera que, depois de alguma ponderação, o PS Graciosa ou Açores respondesse a tão graves acusações de mau governo dos Açores na ilha Graciosa, dizendo que "os cães ladram e a caravana passa"(!!!). Sim, porque o PS Graciosa costuma classificar assim quem o critica. Ou que dissesse que quem falava assim mal do Governo do PS não tem "credibilidade" ou sequer "reconheciam moral" para criticar! Sim, porque é habitualmente assim que se faz ouvir o PS na Graciosa, sempre certeiro na negação da realidade, sempre afoito na violência das palavras contra quem se atreve a dizer mal do enorme trabalho que os socialistas fizeram de ilhas como a Graciosa e a sua estagnada economia!

Mas não, até ver nada do PS da Graciosa, ou dos Açores, a dizer uma palavra sobre a visita estatutária do PCP à ilha branca. Talvez o façam ou estejam ainda a ver como fazê-lo para negar a evidência que quem, como o deputado comunista, vem anualmente à Graciosa e ouve os mesmos lamentos, as mesmas questões, os mesmos problemas e o seu agravamento, enfim, de quem constata que é mesmo verdade: o modelo do PS Açores falhou e está a esvaziar as ilhas e o seu futuro!

Talvez com o silêncio o PS ache que isto assim passa despercebido, e quando houver mais críticas por parte do PSD, aí sim, voltam ao comunicadozinho do costume! De que é tudo mentira, a Graciosa e os Açores respiram desenvolvimento e todos devem agradecer ao grande Governo e aos grandes líderes locais que o PS implanta para que tudo seja positivo no rosa, e negativo por culpa de outros.

Foi o primeiro banho de realidade!

É um facto que a coesão territorial foi abandonada há muito pelo modelo de governo do PS Açores, e a falta de coesão territorial acentua-se com o crescendo de falta de coesão social. São os Açores de hoje!

Nestes Açores de 2015, a via açoriana socialista gerou a maior pobreza do país, em conjunto com os piores indicadores sociais por regiões de Portugal.

Quando Duarte Freitas, no encerramento do Congresso do PSD se propôs governar os Açores para que a região seja capaz, em dez anos, de libertar 40 mil açorianos da pobreza, houve quem se espantasse com a grandeza do número. Mas haverá assim tantos pobres na região? perguntam!

Basta uma pequena análise dos rendimentos médios dos nossos idosos, procurar nos níveis de RSI ou de desemprego de longa duração e desemprego jovem, ou saber que mais de 70% dos agregados vivem com rendimento inferior a 530 euros por mês para não nos podermos espantar com o porquê de haver tanta pobreza nos Açores e da ambição de Duarte Freitas em assumir como grande objetivo político de um governo PSD após 20 anos de modelo socialista, retirar uma parte dos açorianos da pobreza que se instalou nos Açores!

Foi um segundo banho de realidade!•

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A

A mudança para os Açores - Açoriano Oriental


A mudança para os Açores

Aquele pensamento, gasto e desajustado, de que um congresso partidário serve apenas para as discussões de lugares e negociações de supostos equilíbrios de pretensas sensibilidades levou um rude golpe, no passado fim de semana, na Ribeira Grande.

E o congresso do PSD demonstrou-o!

Discutiram-se propostas, discutiram-se ideias, falou-se do futuro com diagnóstico do passado, apresentaram-se diferentes visões dos Açores com foco em cada uma das ilhas e, dada a circunstância de estarmos a menos de dois anos de eleições nos Açores, escolheu-se o candidato a Presidente do Governo Regional; o líder do PSD Açores Duarte Freitas.

Alguns procuraram trazer ao espaço público outros assuntos, mas sem apresentar propostas ou sem participar ativamente no congresso, não parece exequível que a discussão que o PSD entende fazer possa ser encomendada por notícias mais ou menos obcecadas ou por comentários avulsos, também mais ou menos obcecados.

E a grande verdade que surge do Congresso do PSD Açores é de que o partido tem uma liderança segura e desejada pelos seus militantes, que pode dar aos açorianos a esperança de que os Açores possam realmente mudar quando, depois de 20 anos de PS no poder, temos sido sistematicamente notícia (notícia e não propaganda) pelos piores motivos em termos do desenvolvimento humano mensurável por indicadores sociais e económicos.

O Congresso do PSD Açores assumiu firmemente que isto não pode continuar. Se em 1996 o PS enchia a boca com o facto de 20 anos serem tempo demais no poder e vínhamos de um desenvolvimento humano que tinha retirado as pessoas e as ilhas de um marasmo de isolamento e miséria, agora, depois de milhares de milhões de euros enviados para os Açores, fica provado que se 20 anos de poder é muito tempo, os miseráveis resultados do PS no poder quando se avalia o desenvolvimento humano comprovam-no.

E a tragédia social nos Açores revela-se na violência doméstica, nos abusos sexuais de crianças, no alcoolismo, nos mais de 36 mil Açorianos sem médico de família, nos milhares de desempregados e de jovens que abandonam o ensino precocemente, nos números do RSI e da pobreza que se revela em 70% dos agregados familiares viverem com menos de 530 euros por mês.

Em tudo isto e, infelizmente, em muito mais, os Açores lideram.

Para onde foi tanto dinheiro se não serviu para deixarmos estes dados que nos envergonham?

Esta questão, paradoxalmente, responde de forma cabal a duas certezas. A primeira é de que quem não conseguiu em 20 anos usar os recursos que tinha para melhorar a vida dos açorianos, não serve para enfrentar os dramas que se vivem nos Açores. A segunda é de que quando o PS de António Costa contrata Sérgio Ávila para ensinar como se faz, sentindo-se orgulhoso na governação dos Açores, isso apenas resulta da propaganda com que o PS encara o exercício do poder.

Se ser a região em que as pessoas foram quem menos beneficiou com 20 anos de poder socialista é exemplo para alguma coisa, é para a necessidade de pôr termo aos desvarios de uma elite rosa em roda livre.

O Congresso do PSD Açores mostra a preparação de Duarte Freitas e do partido para enfrentarem o futuro.

As propostas aprovadas e assumidas pelo líder do partido são resultado de muito trabalho e de muitos contributos do Conselho Consultivo de Independentes, em que a sociedade civil trouxe para o PSD Açores soluções para os problemas que nos assolam.

Por isso este congresso quebra dogmas, o PSD ouviu os açorianos, e os açorianos merecem uns Açores melhores.

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A
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Os pés de barro - Açoriano Oriental


Os pés de barro

Quando Vasco Cordeiro "ascendeu" a candidato a Presidente do Governo, gerou-se nos Açores a discussão sobre o facto do PS não fazer um congresso onde essa questão pudesse ser discutida. Questionava-se, então, a democracia interna no partido que governava a região há mais de 16 anos (agora já leva mais de 18) e a conversa era "apimentada" pelos outros putativos candidatos que se perfilavam à sucessão de Carlos César.

Ficou célebre uma frase de um parlamentar socialista em que, mesmo enganando-se, dizia em plena sessão do parlamento regional: "Pior do que ter um congresso que não serve para nada, é antes não ter um congresso". Apesar do lapso do deputado que queria dizer exatamente o contrário, pois tentava defender o facto de não ter existido congresso no PS previamente à escolha do candidato da presidente do governo, ficava claro o incómodo socialista que tornava a sucessão de César numa escolha menos participada, decidida apenas por um pequeno grupo de dirigentes, comandados pelo próprio César.

Tendo conseguido vencer as eleições regionais, Vasco Cordeiro só então se tornou presidente do PS, numa eleição sempre condicionada pelo resultado eleitoral que, em qualquer dos casos (vitória ou derrota), iria acabar por marcar de forma indelével a forma como o PS Açores abordava as questões do poder e do acesso aos cargos públicos.

Se, por um lado, a vitória do PS em 2012 levou Cordeiro a presidente do PS Açores, o facto de ele ter sido escolhido candidato à vaga de César sem um congresso que lhe desse força e apoio interno, acabou por tornar a sucessão no partido uma consequência sem debate, ou como se diz na gíria: "um passeio eleitoral".

Quem se atreveria a contestar internamente o novo Presidente do Governo Regional? Se bem que ainda se ouviram rumores de alguma candidatura meio ressabiada, o facto é que o PS lá elegeu Vasco Cordeiro também presidente do PS, ainda que nem todos ficassem contentes! (afinal, talvez haja congressos que não servem para nada).

Contudo, o agora líder máximo do PS e do Governo, cresceu com pés de barro, sem ter sido a escolha disputada pelos socialistas dos Açores que tinham outros desejos ou que sonhavam com a mesma oportunidade. O crescimento de Vasco vai pesando sobre uns ombros que não encontram nem o partido nem o governo nas mãos.

É cada vez mais óbvio que, sem um presidente que - sendo simultaneamente presidente do governo e do partido da maioria - consiga pôr o partido a trabalhar com o governo, nos Açores os poderes do partido e do governo dispersam-se e colocam em causa a própria governação.

Não será por acaso que em menos de dois anos de governo, Vasco Cordeiro já tenha feito uma remodelação, destinada essencialmente a repor os poderes do partido dentro da administração e nem mesmo assim a casa ficou arrumada. E quando se começa a caminhar para o final da legislatura, menos de um ano depois de uma remodelação, já se anda de um lado e do outro, a pedir-se a saída de uns e a entrada de outros.

Por enquanto, com as eleições nacionais à porta, ainda se vão juntando algumas vontades para encontrar os lugares certos para algumas vozes mais acompanhadas, mas é notório que com a preocupação central a ser a falta de diálogo entre um presidente imposto e um partido desfeito nos falhanços da governação!

Quando muitos gostam da analogia falaciosa de que os partidos são todos iguais, penso que há diferenças que devem ser realçadas, e elas podem já ser reconhecidas no congresso que o PSD realiza no próximo fim de semana.

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A

Termas do Carapacho, uma novela de orgulho e portas fechadas - Açoriano Oriental


Termas do Carapacho, uma novela de orgulho e portas fechadas

As Termas do Carapacho são um dos "ex-líbris" da ilha Graciosa.

Em Julho de 2010, depois de 3 milhões de euros de obras, Vasco Cordeiro inaugurou a requalificação daquele empreendimento dizendo que o governo estava orgulhoso daquela obra. A expressão foi mesmo essa: "orgulhoso"!

Hoje as Termas estão fechadas tendo sido adjudicado por 70 mil euros um novo caderno de encargos para fazer obras em cima de obras que já tinham vindo a ser feitas depois das obras de requalificação.

Um orgulho obreiro!

A inauguração das termas do Carapacho já em si foi repleta de contrariedades:

Primeiro foi o atraso na sua conclusão que foi adiando a inauguração, mês após mês, naquele ano de 2010. Em Março passava para Abril, daí para Maio, depois Junho e, finalmente para 27 de Julho de 2010.

Mas ainda assim, um pouco habitual cancelamento da SATA para a Graciosa voltou a adiar mais uns dias a obra de Vasco Cordeiro.

Na altura não havia campanha eleitoral e por isso a inauguração apenas foi rodeada pelas incertezas na campanha interna do PS Açores para a sucessão de César. Campanha essa, aliás, que foi assim como que irrelevante, dado o modelo de sucessão que viemos a assistir.

Mas, voltando ao que interessa: as Termas do Carapacho depois de inauguradas fizeram o gáudio de muitos graciosenses e visitantes, tudo parecia correr bem até sermos surpreendidos com a degradação acelerada dos materiais e das requalificações que, aparentemente, não correspondiam às expectativas iniciais.

As Termas do Carapacho em pouco tempo já estavam fechadas para obras que corrigissem o que não estava bem!

Durante este tempo o Governo do PS, claro que absolutamente inocente em tudo o que se estava a passar com o assassinato da notoriedade das águas do Carapacho para fins termais, anunciou que pusera em tribunal os projetistas das Termas.

Pelo meio, o PSD perguntava em requerimentos ao Governo socialista afinal quem se responsabilizava politicamente pelos prejuízos que a Graciosa, a sua frágil economia e os empresários locais que sofriam pelos erros de outros, por mero acaso em obras que orgulhavam o Governo Regional, e muito em especial Vasco Cordeiro.

Mas o encerramento das Termas do Carapacho entristecia os Graciosenses, envergonhava os orgulhosos donos da obra e retirava qualquer confiança turística a um empreendimento que, recorde-se, levara 3 milhões de euros dos Açorianos para requalificar.

Feitas novas obras as Termas reabriram, mas era claro que ainda nem tudo estava bem. Havia mais problemas e até as piscinas naturais do Carapacho estavam a ser desfiguradas por um qualquer orgulho sarcástico de quem parecia ter prazer em estragar o que os outros têm de bom!

Passado algum tempo, mais obras e mais euros dos Açorianos e as Termas voltaram a fechar.

No final do ano passado o orgulhoso governo de Vasco Cordeiro ajustou um novo caderno de encargos para obras nas Termas do Carapacho. Agora são mais 70 mil para elaborar esse caderno de encargos e decorrem mais obras em cima das obras que levaram os milhões já ali metidos.

Alguém se pode questionar: e por que é que a oposição não faz o seu trabalho?

A essa dúvida posso responder com algum sentimento de dever cumprido, que é um pouco diferente de puro e simples orgulho: O PSD tem questionado o Governo que não responde a requerimentos com mais de um ano. O PSD tem denunciado este orgulho incompetente que prolifera no regime socialista regional.

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A

Da Grécia à Venezuela, podemos? - Açoriano Oriental


Da Grécia à Venezuela, podemos?

Ficou-se a saber através de uma queixa feita pela oposição ao regime chavista da Venezuela - um regime marcado pelo populismo e pela socialização extremista da sociedade - que terá havido um financiamento ao "Podemos", movimento/partido espanhol geminado ou irmanado com o Syriza que governa a Grécia e que cavalga uma campanha populista de divisão entre os povos da Europa, num pretenso grito de liberdade que se baliza pelo calote em troca do suposto combate à miséria!

Este eventual financiamento chavista a uma tese que se sustenta no ódio ao entendimento entre povos numa Europa comunitária, forte economicamente e com uma moeda comum de partilha e, sobretudo, de solidariedade levanta a dúvida sobre o que realmente está na base de movimentos de extrema esquerda que pretendem assumir os governos dos Estados, de preferência através de roturas e conflitos, que abonam sempre a favor de regimes que se alimentam das adversidades dos povos para lograr um poder absoluto e duradouro.

Na verdade, começa a parecer tudo menos ingénuo o que realmente motivava esta intenção de rompimento com a construção europeia, que com muito ainda para consertar, tem vindo a trazer muitos mais progressos civilizacionais à Europa e muitíssima mais solidariedade do que qualquer regime baseado no poder socialista alicerçado numa perspetiva de conquista de votos através do populismo e da demagogia!

E não deixam de ser notórios os tiques desse populismo e de aproveitamento das dificuldades geradas pelos processos de ajustamento que atingiram países onde o poder assentava, em grande medida, na necessidade do Estado para toda e qualquer concretização por parte dos indivíduos.

O populismo que venceu as eleições gregas fez crer, um pouco como Hollande em França, que se podia ter o melhor de dois mundos, assente numa realidade virtual baseada na promessa da erradicação espontânea das dificuldades que nunca surgirá!


E perante o fracasso de quem pensou que por estar à beira do abismo podia dar um passo em frente, ou atuar como quem diz "segurem-me que eu vou-me a ele", logo se assiste a um atirar de culpas para outro, ou inimigos externos, como agora faz Tsipras, dizendo que Portugal e Espanha se aliam à Alemanha num "eixo" para derrubar o Governo Grego. Curiosamente com uma referência a um período negro da história da Europa com as forças do "Eixo" centradas na Alemanha mas que, contraditoriamente, é feita pelo líder de um governo grego de coligação que se aliou a um partido da extrema direita numa estranha fusão de poder populista.

Perante o fracasso do rumo incendiário que propunha conquistas com a sua eleição, a extrema esquerda chavista da Europa quer tomar o poder onde encontrar maiores fragilidades e maiores dificuldades para prometer todas as curas e para isso até conta com um professor Varoufakis que tem todas as receitas e todos os discursos para resolver todos os problemas, só não tem mesmo é o dinheiro!

Nestes anúncios de dar tudo em troca de um voto voltamos ao mesmo de sempre: a mão estendida do povo que não se liberta do jugo do poder sacralizado em bons atores políticos. Não mais do que isso!

O projeto de uma comunidade europeia, capaz e economicamente forte para ser solidária e capacitadora nunca se fará à custa deste divisionismo e desta forma de conquista do poder pela demagogia do facilitismo.

A venezuelização da Europa só pode servir para enfraquecer as sociedades, levando-as talvez novamente, às senhas para pôr pão na mesa!

* Deputado na ALRAA pelo PSD/A

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Opinião: Indignidade

O desemprego de longa duração, que leva a graves situações de exclusão social e pobreza, assume, nos Açores, números verdadeiramente trágicos.
A criação de programas para responder a uma emergência social torna-se imperativa sob o ponto de vista da dignidade daqueles cidadãos a quem não foi possível sair do ciclo de desemprego que se instalou nos Açores.
Por via dos milhares de Açorianos que se encontram nesta situação de completa exclusão nos Açores certificados pela natureza, o Presidente do Governo decidiu fazer uma sessão de entrega de um passe ocupacional, em forma de espectáculo de entrega de prémios oferecidos pelo governo!

(foto: GACS)
Quando vejo imagens da sopa dos pobres, na Ribeira Grande, serem criticadas pelo PS Açores porque a sua difusão pelo canal público regional devia preservar a dignidade das pessoas que nada têm, mantendo-as convenientemente anónimas, compreendo o ímpeto socialista regional em colocar sentados, em exposição, os "felizardos" dos desempregados de longa duração, a quem o Governo, depois de nada ter proporcionado, vai agora apresentá-los como troféu da sua capacidade governativa.
A indignidade de estar há demasiado tempo sem trabalho, porque os Açores vêem o seu desemprego sem respostas eficazes há mais de 5 anos, já não deixa chocado o Presidente do Governo - pelo menos ao ponto de se escusar de apresentar como prémio uma ocupação temporária!
Em completa contradição, Vasco Cordeiro afirma aos seus que devem ser mensageiros de que essa coisa de haver uma crise social nos Açores é uma invenção do PSD!!!
Mas então? Se não há crise nos Açores de onde vieram os desempregados de longa duração que tão generosamente receberam uma ocupação de emergência, enfim, social?
Note-se, por mera precisão histórica, que já no início de 2010 havia mais de 9 mil desempregados de longa duração nos Açores, sendo hoje perto de 11 mil!
Portanto, segundo Vasco Cordeiro, nada disto é uma crise social nos Açores. Nem isto, nem o facto de termos o maior desemprego de Portugal e que, do terceiro para o quarto trimestre de 2014 tivemos essa belíssima recuperação de 53 desempregados, passando de 19 068 para 19 015!
Já nem vou, outra vez, comparar números de pobreza porque se em Portugal se empobreceu fortemente nos anos da TROIKA, nunca irei compreender por que é que para o socialismo dos Açores os números da pobreza nacional são indignos e no caso dos Açores, que em 2011 - antes da TROIKA portanto - já havia maior pobreza do que os valores que repudiam em 2014 no continente. Note-se aqui que em 2009, nos Açores, mais de 20% da população estava em risco de pobreza atendendo aos rendimentos monetários! Muito acima da média nacional. E nessa altura a região já superava em 3 pontos os valores nacionais.
E não havendo estatísticas actualizadas para os Açores, o que é certo é que acompanhando a recessão trazida por Sócrates, hoje estes valores são ainda mais indignos!
Mas nada disto choca o socialismo dos Açores. Importante mesmo é dizer que nada disto está a acontecer!
Vi recentemente um discurso proferido num encontro parlamentar ibero-americano em que o populismo era descrito por se alimentar da miséria.

Nos Açores como já o afirmamos há muito tempo; o regime que gera pobreza e dependências para manter sempre a mão do povo estendida, à espera de receber os mais básicos direitos, como o direito ao trabalho, como benesse provinda do poder e de quem o exerce é, nesse sentido, um regime populista com dificuldade em discernir sobre a sua indignidade!

(Publicado no Açoriano Oriental, Diário Insular, Rádio Graciosa e TC.f)