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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Opinião: Indignidade

O desemprego de longa duração, que leva a graves situações de exclusão social e pobreza, assume, nos Açores, números verdadeiramente trágicos.
A criação de programas para responder a uma emergência social torna-se imperativa sob o ponto de vista da dignidade daqueles cidadãos a quem não foi possível sair do ciclo de desemprego que se instalou nos Açores.
Por via dos milhares de Açorianos que se encontram nesta situação de completa exclusão nos Açores certificados pela natureza, o Presidente do Governo decidiu fazer uma sessão de entrega de um passe ocupacional, em forma de espectáculo de entrega de prémios oferecidos pelo governo!

(foto: GACS)
Quando vejo imagens da sopa dos pobres, na Ribeira Grande, serem criticadas pelo PS Açores porque a sua difusão pelo canal público regional devia preservar a dignidade das pessoas que nada têm, mantendo-as convenientemente anónimas, compreendo o ímpeto socialista regional em colocar sentados, em exposição, os "felizardos" dos desempregados de longa duração, a quem o Governo, depois de nada ter proporcionado, vai agora apresentá-los como troféu da sua capacidade governativa.
A indignidade de estar há demasiado tempo sem trabalho, porque os Açores vêem o seu desemprego sem respostas eficazes há mais de 5 anos, já não deixa chocado o Presidente do Governo - pelo menos ao ponto de se escusar de apresentar como prémio uma ocupação temporária!
Em completa contradição, Vasco Cordeiro afirma aos seus que devem ser mensageiros de que essa coisa de haver uma crise social nos Açores é uma invenção do PSD!!!
Mas então? Se não há crise nos Açores de onde vieram os desempregados de longa duração que tão generosamente receberam uma ocupação de emergência, enfim, social?
Note-se, por mera precisão histórica, que já no início de 2010 havia mais de 9 mil desempregados de longa duração nos Açores, sendo hoje perto de 11 mil!
Portanto, segundo Vasco Cordeiro, nada disto é uma crise social nos Açores. Nem isto, nem o facto de termos o maior desemprego de Portugal e que, do terceiro para o quarto trimestre de 2014 tivemos essa belíssima recuperação de 53 desempregados, passando de 19 068 para 19 015!
Já nem vou, outra vez, comparar números de pobreza porque se em Portugal se empobreceu fortemente nos anos da TROIKA, nunca irei compreender por que é que para o socialismo dos Açores os números da pobreza nacional são indignos e no caso dos Açores, que em 2011 - antes da TROIKA portanto - já havia maior pobreza do que os valores que repudiam em 2014 no continente. Note-se aqui que em 2009, nos Açores, mais de 20% da população estava em risco de pobreza atendendo aos rendimentos monetários! Muito acima da média nacional. E nessa altura a região já superava em 3 pontos os valores nacionais.
E não havendo estatísticas actualizadas para os Açores, o que é certo é que acompanhando a recessão trazida por Sócrates, hoje estes valores são ainda mais indignos!
Mas nada disto choca o socialismo dos Açores. Importante mesmo é dizer que nada disto está a acontecer!
Vi recentemente um discurso proferido num encontro parlamentar ibero-americano em que o populismo era descrito por se alimentar da miséria.

Nos Açores como já o afirmamos há muito tempo; o regime que gera pobreza e dependências para manter sempre a mão do povo estendida, à espera de receber os mais básicos direitos, como o direito ao trabalho, como benesse provinda do poder e de quem o exerce é, nesse sentido, um regime populista com dificuldade em discernir sobre a sua indignidade!

(Publicado no Açoriano Oriental, Diário Insular, Rádio Graciosa e TC.f)

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