Muito já foi dito e desdito sobre a importância da visita, das medidas, das decisões, da falta de ambas, do comportamento, etc.
Creio que o que não se disse ainda traduz-se numa só palavra: Resultados.

A grande questão que me parece tem sido esquecida do panorama político Graciosense, e porque não Açoreano, é então: e os resultados?
Não é este o espaço, se bem que é certamente o tempo, de aprofundar económica e socialmente a questão dos resultados das políticas e das visitas do Governo Regional para a Graciosa.
Tentando abreviar o discurso, interessa sobremaneira olhar várias perspectivas; de um lado para o plano agrícola, e tanto se pode olhar os seus diversos sectores de um ponto de vista isolado; a lavoura, a vinha, a hortofloricultura, etc., como para a globalidade. Podemos também pensar nas pescas, na indústria, na balança comercial, no desemprego, na criação de riqueza, no investimento, etc., etc.
Alguns dados curiosos que nos ajudam a ter uma ideia do que tem sido a nossa evolução vêm publicados no endereço http://www.drepa.raa.pt/SSE.html. E aconselho a quem se interessa por olhar a nossa ilha como um todo, e não apenas olhando para o seu umbigo, uma visita cuidada para depois poderem olhar em volta e voltar a questionar: e os resultados?
Olhem para a Graciosa, para o abandono a que está votada grande parte da ilha, olhem para o volume de famílias carenciadas, para a quantidade de estudantes que regressa após o seu curso, e já andamos a falar nisso desde que eles foram começar os estudos, olhem para o investimento privado, e até para o público.

Aqui há uns anos houve uma tentativa de definir áreas prioritárias e fazer uma análise global do que nos reserva o futuro e de como atingirmos melhores, lá está, resultados.
Nunca o Governo fez qualquer análise de conjuntura para adquirir conhecimento e saber onde mudar, onde criar, onde modernizar, onde apostar. Nem parece que tenham feito grande caso dos conhecimentos então adquiridos. É que, também eu não concordo com alguma da metodologia usada na elaboração do tal estudo já feito, mas se não o sigo então tenho de ter algo onde, pelo menos, exerça uma estratégia.
Mas não, o Governo vai fazendo umas coisas. Veja-se o exemplo do hotel, dizem, vai criar 30 empregos. Eu, em tese, posso concordar com um hotel, mas onde estão os estudos para o modelo, para a utilização, para o fluxo e as épocas de ocupação?, ou vamos para o esquema do pagar a uns turistas para cá virem uns anos e quando passar aquilo para a mão dos privados ou quando este Governo deixar de ter de se preocupar, até porque o dinheiro é de todos nós, acaba-se a farsa e deixa-se afundar a coisa.
Mas repito, olhem à vossa volta, analisem bem o caminho que já percorremos, e perguntem: e os resultados?
Tanto como qualquer Graciosense, quero o melhor para esta terra, mas infelizmente vejo que

Os resultados? Os resultados não podem existir quando não há objectivos traçados!
Nota: publicado no Diário da Graciosa
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