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quinta-feira, agosto 31, 2006

No Limiar... (publicado no Diário da Graciosa)

O sítio do Instituto Nacional de estatística ( www.ine.pt ), fornece-nos indicadores importantes para compreendermos a nossa realidade, e sabermos o que tem sido a evolução desta ilha Graciosa.
Aqueles que estiverem interessados em consultar as estatísticas devem inscrever-se, o registo é gratuito.
Assim, entre outros, alertaram-me os seguintes indicadores: a taxa de desemprego, a população residente, o índice de envelhecimento, a taxa de analfabetismo, a taxa de ocupação hoteleira e o crédito concedido.
Estes dados são preocupantes e alarmantes para a estabilidade social da sociedade Graciosense e para a nossa permanência nesta ilha.
Veja-se o caso do índice de envelhecimento: este situava-se nos 126,9% em 2004, e tenha-se em atenção uma redução da população de 7,9% entre 1991 e 2001.
Repare-se no caso do desemprego, e agora percebo porque nunca nos atiraram com este dado nos discursos das campanhas eleitorais do governo. O desemprego na Graciosa em 1991 era de 4,0% e em 2001, 8,2%, mais do dobro!!!
Ainda alguma inteligência virá dizer que a taxa de desemprego aumentou porque a população diminuiu, mas a esses devo responder que a ser assim, só faleceram e emigraram pessoas que tinham emprego!
Numa análise simplista podemos atribuir o aumento do desemprego à evolução que a nossa economia (não) tem tido, ao abandono da terra (cultivo), e à total ausência de politicas de criação de emprego. É que, ao contrário do que pensam alguns, criar emprego não é arranjar lugares amiúde para amigos e portadores do cartão do partido.
Veja-se também este dado extraordinário: a taxa de analfabetismo na Graciosa aumentou entre 1991 e 2001 de 11,9% para 14,1%.
Devo confessar que fiquei baralhado. Então com tanto que se tem feito pela Graciosa, segundo alguns para quem tudo são rosas, temos mais analfabetismo do que tínhamos em 1991?
Mais uma vez espero que não me venham com a diminuição da população para justificar isto, é que se assim fosse, então só faleciam e emigravam os que são letrados!
Mas aqui a análise é ainda mais complexa.
Direi apenas que o encerramento, puro e simples, da educação para adultos, acompanhado de uma total ausência de formação para os que não tiveram oportunidade de ir à escola, e ainda um verdadeiro deserto de ideias governativas para combater este flagelo, levaram a que este indicador de desenvolvimento tenha evoluído negativamente.
Vejam-se ainda outros dados curiosos: O volume de endividamento, através do crédito da banca situava-se em 2003 em perto de 24,5 milhões de euros. O que nos faz pensar que, e aqui à semelhança do resto do país, vivemos acima das nossas reais possibilidades. E apesar do sucessivo crédito bancário ainda mantemos a incapacidade de criar riqueza.
Já quanto à taxa de ocupação hoteleira, esta situava-se em 31,2% em 2004.
É sabido que fora dos aglomerados urbanos de grande dimensão, uma unidade hoteleira para manter um nível de sustentação aceitável, tem de obter taxas de ocupação acima do 50%. Pergunta-se então como têm sobrevivido estas unidades na Graciosa? Pois, basta reparar que maioritariamente tratam-se de empresas familiares com reduzido recurso a mão-de-obra, e que mesmo assim, atravessam períodos de grave carência e dificuldade.
Todos estes dados foram consultados na Internet do Instituto Nacional de Estatística. Não os inventei, nem são vistos exaustivamente.
Muitos mais dados importam analisar e muito mais importa pensar seriamente. Já chega de propaganda e de quadros cor-de-rosa que só nos têm conduzido a este isolamento que se começa a tornar crónico e nos coloca no limiar da falta de soluções.

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