Passou no dia 5 de Novembro um mês desde que o Governo decidiu ratificar o Plano Director Municipal da Ilha Graciosa
Apesar disso, aquele importante documento ainda não foi publicado em Jornal Oficial e Diário da República para passar a ter força legal.
Tenho mantido um paciente silêncio sobre esta matéria na esperança de ver os protagonistas políticos comentar sobre o PDM, a sua importância, e as consequências da sua aprovação. Desde logo, aquela que é a consequência mais mediática de a partir de agora a Graciosa poder voltar a candidatar-se aos fundos comunitários.
Se por parte da Câmara Municipal já o seu Presidente se pronunciou em diversos locais, nomeadamente na Assembleia Municipal, em resposta a violentas acusações de que era alvo, pelo lado do PS Graciosa nem uma só palavra ouvimos. O que não deixa de ser estranho (ou talvez não).
Esta matéria do PDM foi sinónimo de feroz luta política num passado recente, tendo sido utilizada pelo Partido Socialista da Graciosa, especialmente na sua campanha contra a Câmara Municipal, associando duas ideias a este documento. Por um lado afirmavam a incompetência da Câmara por não concluir o PDM (quando é sabido que a maioria dos membros da comissão que elaborou esse documento eram membros do Governo Regional), e por outro lado diziam que a Câmara da Graciosa era inoperante, ao ponto de a acusarem de perder os fundos comunitários.
Ora, aqui é que reside a importância de esclarecer os Graciosenses e, possivelmente, aqui é que reside a razão do silêncio do PS Graciosa sobre a aprovação do PDM.
Na verdade, e como foi já esclarecido pelo Presidente da Câmara da Graciosa, aquela autarquia possui já diversos projectos enviados, e outros prontos para enviar, e que cobrem na totalidade os cerca de 3 milhões de euros que a Graciosa ainda dispõe dos fundos comunitários até final do corrente ano.
Este facto tem sido escondido dos Graciosenses pelo Partido Socialista, e isso deve-se a não terem dito toda verdade ao povo da Graciosa quando se lançaram numa campanha contra a Câmara da Graciosa, e em como esta tinha, alegadamente, perdido os fundos comunitários.
A realidade acaba por revelar-se bem diferente do que o PS Graciosa vem vindo a afirmar nos últimos anos. Não só a Câmara vai aproveitar na totalidade os fundos da Comunidade Europeia de que ainda dispõe, como até tem trabalhado em projectos que vão muito além do actual quadro comunitário de apoio.
Constata-se então que todo o alicerce de críticas que inundaram a Graciosa, em ataques dirigidos à Câmara e ao seu Presidente, não passaram de uma falsa questão, usada com a demagogia que, infelizmente, vem caracterizando aqueles que põem o interesse político acima do interesse de quem neles vota, e acima dos interesses da Ilha.
Na ilha Graciosa faz falta discutir o futuro, propor alternativas, opinar, ouvir, exigir e procurar alcançar o bem comum. Este espaço pretende dar um contributo. Não teremos sempre razão nem seremos donos da verdade, queremos apenas ser uma pedra no sapato da inércia, da falta de visão e imaginação, do imobilismo estratégico e da cultura do "yes man". Temos uma tarefa difícil, temos de partir muita pedra mas não nos importamos, o burgalhau é sempre útil!
quarta-feira, novembro 08, 2006
Uma falsa questão (Publicado no Diário da Graciosa)
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