Li aqui que a construção de um hotel de 4 estrelas na Graciosa "trata-se de uma iniciativa que não só supre uma importante lacuna da ilha como promove a homogeneização da oferta turística na Região."
Quão redutora é esta visão de que ter um hotel leva a Graciosa a uma oferta turística sequer próxima de uma qualquer homogeneização.
Aliás, este palavrão só serve para iludir os mais desatentos sobre a realidade desta ilha. Pela "evolução" dos últimos anos nem daqui a 100 haverá qualquer aproximação entre a oferta turística da Graciosa e a do restante arquipélago.
Por outro lado, parece estar-se mesmo só no campo da pura propaganda, não só os dados da população referidos no artigo não podiam, infelizmente, estar mais desactualizados (a Graciosa já há muito que não tem "pouco mais de cinco mil habitantes"), como também esta notícia passa por estranhamente atrasada no tempo (o hotel já foi anunciado há muito).
Mas não nos ficamos por aqui no campo da aberração. Segundo o artigo, o hotel "visa não só, por ocasião da época alta, o estabelecimento de algum fluxo turístico, como também se destina ao acolhimento de muitos visitantes que por motivos profissionais se deslocam à ilha durante o ano." Ora se atendermos às taxas de ocupação das actuais residenciais, cedo percebemos que, fora daquelas três semanas do verão, a aposta no turismo terá de enveredar por outros caminhos. E esta coisa de tratar viagens de negócios como turismo é deveras irritante, roçando a aldrabice dos números referentes à estatística do sector.
Deixo um conselho a quem quiser verdadeiramente promover o progresso desta ilha: acordem!
Na ilha Graciosa faz falta discutir o futuro, propor alternativas, opinar, ouvir, exigir e procurar alcançar o bem comum. Este espaço pretende dar um contributo. Não teremos sempre razão nem seremos donos da verdade, queremos apenas ser uma pedra no sapato da inércia, da falta de visão e imaginação, do imobilismo estratégico e da cultura do "yes man". Temos uma tarefa difícil, temos de partir muita pedra mas não nos importamos, o burgalhau é sempre útil!
quinta-feira, dezembro 28, 2006
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