“Depois de tantos milhões investidos pelos governos de Carlos César, depois do propalado rigor na gestão pública e da mal contada história do superavit, a verdade é que as dificuldades se sentem na agricultura, nas pescas, no comércio, na indústria”, disse o social-democrata, referindo que “longe vão os tempos -2001/2002- em que a taxa de desemprego oscilava entre os 2 e os 3% pois agora há uma clara tendência crescente - em 2008 o desemprego já atingira 5,6% -, que culminou com um novo máximo de 6,7%, indicando que, em seis anos, o desemprego triplicou nos Açores”, alertou Rui Ramos.
“A questão do desemprego na região resulta, em primeiro lugar, de uma incapacidade do governo em reconhecer e enfrentar o problema, há muito por nós denunciado, mas nunca assumido com frontalidade e determinação”, pois “quem não reconhece um problema, dificilmente conseguirá combatê-lo, e encontrar uma solução implica antes a admissão desse problema. O mesmo que o governo sempre tentou esconder”, disse.
Em relação a Abril de 2008, o número de desempregados inscritos “aumentou 28,7%, o que representa a terceira maior subida do país, a seguir à Madeira e ao Algarve, sendo que os Açores são a região que regista o menor número de ofertas de emprego (-79%)”, o que denota “um claro abrandamento da actividade económica entre nós, com efeitos particulares nos jovens, que representam 32% dos nossos desempregados”, adiantou o responsável regional dos TSD.
“Por exemplo, na construção civil, e segundo estimativa da AICOPA, perderam o emprego, desde 2007, cerca de 2000 trabalhadores”, explicou Rui Ramos, sendo que a notícia contrasta com a posição de Carlos César que, “em pleno comício - Santa Maria –, afirmou que os Açores estavam a passar ao lado da crise internacional que afectava Portugal e os países mais poderosos do mundo”, formando aquilo que o executivo quis que fosse “um sonho cor-de-rosa, recusando-se as dificuldades vividas pelas empresas e pelas pessoas, fazendo gáudio das políticas adoptadas pelo governo do partido socialista”.
Segundo Rui Ramos, o executivo regional “sempre desvalorizou os alertas feitos pelo PSD, acordando tardiamente para as dificuldades, e sendo pouco activo, conforme provam os apelos dos empresários e das associações representativas de diferentes sectores de actividade”, justifica. “Se o PS tivesse reconhecido atempadamente o problema, mais facilmente poderia ter agido em prol das empresas, das pessoas e das famílias”, disse Rui Ramos.
“Da parte do PSD, demos o nosso contributo, apresentando medidas para combater a crise, mas a força e a arrogância da maioria absoluta socialista rejeitou-as liminarmente”, uma situação que encara “com pena, pois impunha-se outra postura e outra abertura, impunha-se a unidade face à dimensão dos problemas”, declarou.
“Não passava um dia do PS ter recusado na assembleia legislativa a nossa proposta de faseamento das obras públicas para facilitar o acesso das mesmas às empresas regionais”, relatou Rui Ramos, quando “na Terceira, o responsável pelo desenvolvimento agrário anunciou a divisão da empreitada do parque de exposições local, de modo a que houvesse quatro hipóteses de trabalho para a empresas regionais e de menor dimensão”, ou seja “exactamente o mesmo que nós tínhamos proposto e que o governo rejeitara um dia antes, o que é bem elucidativo da postura do executivo”, concluiu.
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