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quinta-feira, agosto 05, 2010

Desafinanços

A Academia Musical da Ilha Graciosa tem vindo, há mais de 20 anos, a ensinar a miúdos e graúdos a arte da música.
É uma instituição de referência na Graciosa que assume uma boa parte da despesa do ensino da música, a par das filarmónicas.
Desde 1996 a Academia Musical da Graciosa tem paralelismo pedagógico que permite uma relação estreita com o ensino oficial, desconcentrando meios e dando à sociedade civil uma tarefa de instrução alternativa.
O então Secretário Regional da Educação, Dr. Bento Barcelos, deu à Academia da Graciosa a notoriedade reclamada quer pelo trabalho desenvolvido quer pela comunidade em geral.
Esse reconhecimento permitiu à Academia tornar-se mais ambiciosa no trabalho em prol do ensino da música, sendo garantidos meios para assegurar o paralelismo pedagógico.
Actualmente tudo mudou.
No "reinado" do anterior Secretário da Educação, Dr. Álamo de Meneses, começou-se a querer decapitar a Academia do rumo traçado em 1996, com a vontade de a reduzir a um mínimo que, ironicamente, é essencial para todo o resto.
Nos últimos anos só se assegurava paralelismo tarde e a más horas para a boa programação anual.
A Academia "rodava" bons professores mas não estabilizava o quadro dadas as anuais incertezas do Governo.
Este ano, com o leme nas mãos da Dr.ª Lina Mendes, promove-se a machadada e retira-se o paralelismo pedagógico - a par de se retirar os alunos do 5º ao 9º - o que para a Academia corresponde a um terço dos seus alunos.
Ainda assim, a Academia fica com o "encargo" do ensino às crianças até ao 5º ano e para quem queira algo mais da música, a partir do 5º grau.
E pode a Academia fazer isso sem um tostão de apoio?
Quem pensa que a educação musical se faz exclusivamente entre o 5º e o 9º ano de escolaridade está a milhas de ser um mediano governante!
E se com o fim do apoio à Academia de Música, acabarem os coros infantis, os espectáculos de dança, as audições e os espectáculos musicais?
Ficamos melhor?
Quantos serão aqueles que irão começar na música com mais de 10 anos sabendo que só há até ao 5º grau?
O que pode andar na cabeça de um Governo que quer isto para a Graciosa?
Por entre os pingos da chuva anda a autarquia de quem ainda não se ouviu uma palavra, um comentário!
A atitude do Governo deve obedecer a um plano mais específico sobre o ensino da música na Graciosa, de outro modo estamos perante uma asneira, mais uma, de um Governo cada vez mais avesso a tudo o que escapa ao seu poder hierárquico!
A falta desse plano sério para melhorar o ensino da música pode significar um retrocesso impensável para uma ilha onde a música é parte da alma colectiva.

Publicado no Diário Insular e Rádio Graciosa

8 comentários:

Anónimo disse...

Agente lê isto e fica de boca aberta.

Não seria melhor perguntar: Quanto tem custado a dita academia aos açorianos?
Os olhos da cara, se calhar.

Se é assim tão boa a escola, porque é que ninguem se dispõe a paga pelo ensino que recebe?

Em tempo de crise, como dia sim dia sim apregoa o PSD, pode o erário público com esta despesa?

Essas é que são as questões que devem preocupar a todos, e que não são nem ao de leve abordadas neste blog.

João Bruto da Costa disse...

250 mil ano!!!
para 120 alunos!!!
O ensino artístico não vale isso?

João Bruto da Costa disse...

E feche a boca que entra mosca...

Anónimo disse...

Vale o respeito pelos nossos impostos.

Se há quem ache que o economicismo é mau, não sou eu. Quem sabe poupar e gerir devidamente aquilo que é de todos, merece palmas. E mérito.

O conservatório que temos na Graciosa, da maneira como tem funcionado, não serve. É quem lá tem os filhos que o diz. Felizmente aparece alguém que põe travão.

Ultras Luso Canalha 2002 disse...

O ensino artístico é mais um "chachada". Mas queremos dançarinos ou queremos músicos nesta ilha? Temos filarmónicas e orquestras, coros infantis e grupos corais, não temos grupos de dança nas nossas colectividades. Pa que tão a focar o ensino da arte na nossa ilha para um rumo sem qualquer sentido?
Este vai ser o fim da filarmónicas quando se pedia o contrário, que se reforçasse o apoio à acdemia musical. Complica-se tudo nos Açores o que devia ser simples. Assim vai-se detriorar a qualidade musical na nossa ilha, a qual tinha melhorado muito nos últimos 14 anos. A AMIG é a grande insituição muiscal na nossa ilha, agora querem fazer uma mistela que ninguém percebe nem compreende.

JGS disse...

Este último comentário anónimo...
simplesmente sem nexo, irresponsável, ignorante, e muitos mais adjectivos que possam imaginar e que não vale a pena perder tempo a enumerar-lhos!

Tiago disse...

Só não aproveitou até agora as condições que temos e não tínhamos antes para o ensino da m´sica foi porque não quis e não por culpa da qualidade do ensino musical e artístico que a Academia tem proporcionado aos graciosenses. Um problema de mentalidades não pode ser considerado um problema estrutural do ensino das artes na nossa ilha.

Anónimo disse...

Há 100 anos atrás a Graciosa tinha uma vida musical riquíssima porque era participada POR TODOS! Entre cerca de 1950 e 1988 (Data da fundação da AMIG) não se estudava piano na Graciosa porque não havia uma escola. Antes de 1950 também não existia uma escola mas sim professores particulares para quem tinha dinheiro para os pagar. Havia as Filarmónicas... E o que se aprende na Filarmónica? O dó-ré-mi e pouco mais. O contacto profundo com os grandes nomes da música - Bach, Beethoven, Ravel, Francisco Lacerda - foi democratizado pela oferta da AMIG. E são estes os nomes que podemos considerar o "Ferrari" da Música. O bairrismo, a inveja que domina actualmente na Graciosa é a única justificação para se ler comentários como os que li aqui. Só podem vir de alguém que em vez de um Ferrari prefere um Fiat 127... E se ficarmos sem a AMIG a culpa será de todos nós que não a soubemos valorizar! Se calhar os graciosenses não têm "unhas" para conduzir um Ferrari...