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quarta-feira, julho 13, 2011

O fim está próximo!

Passos Coelho iniciou o seu mandato dizendo que não iria perder tempo a culpar o passado pelas dificuldades que irá enfrentar no futuro. E assim tem acontecido, nem com a queda no rating da dívida se ouviu o Primeiro Ministro dizer que a responsabilidade era da fraca execução orçamental da responsabilidade de Sócrates, e nem ao anunciar o impopular imposto extraordinário sobre o subsídio de natal o ouvimos pronunciar o nome do anterior primeiro ministro.

Este exemplo serve para reflectir sobre a política e a forma de estar no exercício de cargos executivos. Na verdade, passar o tempo a lembrar o passado não nos motiva para o futuro. O passado serve, certamente, para não repetir erros. Mas passar a vida a falar do tempo em que outros governaram só se justifica quando há medidas que obrigam a uma melhor explicação ou a uma mais aturada compreensão. De resto, quando um governo tem de recorrer sistematicamente ao discurso da desculpabilização com os que o antecederam apenas demonstra que não encontra soluções para o futuro.

E quando essa desculpabilização se reporta a períodos de governação ocorridos há mais de 15 anos, então temos um caso grave de falta de seriedade democrática e autêntica desfaçatez.

É assim nos Açores, onde o Governo Regional, que está no poder há já 15 anos, passa a vida a desculpar a sua falta de resultados com os governos que o antecederam há já 4 legislaturas.

Para que conste, quando falo na falta de resultados não estou a falar das obras feitas com os 20 mil milhões de euros gastos nos últimos 15 anos pelo actual Governo Regional. Falo sim, do facto de continuarmos tragicamente a constar no fim da tabela do desenvolvimento económico e social, falo do facto de termos 25% da população a viver abaixo do limiar da pobreza, falo da desertificação das ilhas mais pequenas, falo do baixo nível de rendimentos de uma larga maioria da população e dos maiores níveis de desemprego da autonomia, falo do fracasso do desenvolvimento harmónico e da contínua ausência de um modelo de desenvolvimento que aproxime as ilhas umas das outras, ao invés das afastar e isolar entre si.

Mais revelador de que os Açores exigem uma mudança é também a confissão de incapacidade para dar a volta a estes indicadores.

Quando o partido do governo sistematicamente recorre à pergunta de como deve ser feito, como aconteceu na passada semana no parlamento regional, quando perante os insucessos de 15 anos no poder nos perguntam como devem fazer para inverter os maus resultados e se desculpam com um governo que cessou funções em 1996, só podemos concluir uma coisa: o fim está próximo!

Publicado no Diário Insular e Rádio Graciosa

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