Problemas? Já se sabe… – Opinião de João Bruto da Costa

Problemas? Já se sabe… – Opinião de João Bruto da Costa

Uma notícia na televisão dava conta de dezenas de Açorianos que rumavam a entrevistas de selecção de um empresa que contratava trabalhadores para o Canadá.

Ao jeito de corrida ao emprego, nem que seja emigrando, muitos jovens e jovens adultos desesperam para obter o ganha-pão que lhes dê uma nova perspectiva de um futuro que lhes está a ser negado na sua terra.

Não restam muitas dúvidas que o desemprego é o maior problema económico e social que afunda os Açores numa crise que só parece não ser o que é na boca de quem se governa.

Este desemprego em volumes nunca vistos nos Açores tem empurrado centenas, senão milhares, de açorianos para fora da sua terra, e desde há já muitos anos que não se assistia ao fenómeno da procura de um trabalho, por mais duro que seja, longe da família e amigos.

Mas destes números, que afastam açorianos da sua terra, que levam desde os mais preparados aos mais experientes para fora dos Açores, não fala o Governo Regional!

Talvez ciumento do movimento gerado por uma empresa de oferta de trabalho fora da região, e talvez preocupado que alguém se lembrasse que o desemprego continua a ser demasiado alto numa região com um Governo perfeito (e com tendência para melhorar segundo os próprios), logo veio o responsável pela mala, o todo poderoso Vice-Presidente, anunciar que o Governo dos Açores tem 298 vagas para preencher na função pública dos Açores.

Uma notícia que se viesse com dia e hora marcada para a sua implementação daria lugar a uma correria ao palácio do governo mais próximo, coisa só para alguns/as, afim de tentar a sorte de um lugar na administração. Não sem antes receber um conselho para uma militância junto dos contratantes, isto é, para ser claro, uma inscrição prévia no PS Açores, como nota curricular de candidato.

Não tendo anunciado dia e hora para recrutar 298 novos funcionários, reserva-se o Governo Regional e o Partido Socialista para ir recrutando lealdades prévias, fazendo render a oferta até ao momento que o voto seja condição de sucesso na região rosa!

Entretanto os desempregados, esses mesmos que são levados a deixar tudo para procurar um futuro menos incerto do que uma promessa socialista, lá vão deixando os Açores agravando a desertificação humana que se sente como nunca nas ilhas mais pequenas.

Muitos são jovens, muitos deles altamente qualificados, que aguardam por uma oportunidade de por em prática os anos de estudo a que se dedicaram e empenharam juntamente com a sua família, e que ainda esperam uma oportunidade de ver cumprida mais uma propaganda de regime lançada pelos socialistas açorianos: a de ter uma resposta à sua condição de desemprego num prazo de 4 meses. O prazo já lá vai há cinco meses e ainda nem começou a contar para alguns. O Governo queixa-se de problemas informáticos, quando já não há desculpas lá vem o computador. É a mesma coisa quando não querem pagar dívidas (como à SATA), ou atacar o problema das listas de espera na saúde.

É um governo que rejeita responsabilidades em tudo, e talvez muito disto explique porque é que nos Açores, em 2013, aumentou 16% o número de empresas e famílias insolventes!

O Governo do PS já se sabe, não tem nada a ver com os problemas dos Açores!