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quarta-feira, janeiro 20, 2010

Não foi um bom acordo...

O recente anúncio pelo presidente da Atlanticoline de que a operação de 2010 contará com 2 navios do tipo "fast ferry", com capacidade para atingir cerca de 30 nós, é uma boa notícia para a mobilidade dos Açorianos e de quem nos visita.
Mas se esta novidade é salutar, ela encerra em si duas conclusões que o Governo Regional e o Partido Socialista teimam em negar e tudo fazem para esconder.
Em primeiro lugar esta aposta (finalmente) em navios que atingem velocidades consideráveis, que melhoram substancialmente a operação e antecipam bons horários para todas as ilhas, revela que a programação feita pelo governo na opção de construção de navios com velocidades que não atingiriam dois terços das agora anunciadas, foi uma opção errada, não estudada, e tomada em cima do joelho.
Aliás, o Governo reconhece esse facto ao mandar elaborar um estudo sobre o transporte marítimo e confessa, envergonhado, que decidiu mandar construir dois navios sem o mínimo de conhecimento sobre o melhor modelo para os Açores.
Depois, este anúncio de fretamento de navios para a operação de 2010, e que poderá ter a sua repetição nos próximos anos, implicará uma despesa a rondar os 6 milhões de euros anuais que não teria de ocorrer se a Região fosse proprietária de navios para servir o interesse dos Açorianos.
É, por isso, estranho que, sem qualquer recato e racionalidade, se diga que o negócio que o Governo fez com os Estaleiros de Viana foi um excelente negócio.
Não foi!
Não foi, porque empatámos durante muito tempo cerca de 40 milhões de euros e nada obtivemos em troca. Não foi, porque não se cobraram as penalizações previstas contratualmente e que são reveladas pelo relatório do Tribunal de Contas em cerca de 5 milhões de euros. Não foi, porque se contabilizarmos as despesas efectuadas com o processo (apoio jurídico, viagens, projectos, etc.) todo esse dinheiro não teve outra produtividade que não fosse o conhecimento de como uma boa ideia pode ser espatifada pela irresponsabilidade política. Finalmente; não foi, porque nos últimos anos tivemos a necessidade de fretar navios e com isso gastar mais 12 milhões de euros.
Se a estes juntarmos o que a Região gastará no fretamento para a operação de 2010 ficaremos próximos dos 20 milhões de euros que seria escusado gastar se todo este processo tivesse culminado com a Região passar a ter navios próprios.
As pequenas alegrias governamentais num processo que custará à região dezenas de milhões de euros, retrata bem o despudor e a falta de sentido de Estado que tomou conta daqueles que têm a responsabilidade de administrar o dinheiro de todos nós.
Publicado no Diário Insular de Terça-feira dia 19/01/2010

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