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Santa Cruz da Graciosa

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quarta-feira, junho 18, 2014

Não deixe que a verdade estrague uma boa história

No discurso proferido no dia da região, o Presidente do Governo falou de coesão e da sua importância quando se festeja a Açorianidade.
De facto assim é, a coesão regional, social, e económica é um factor de unidade dos Açores.
Se uns acham que a necessidade de coesão dos Açores atrasa o desenvolvimento de algumas das suas parcelas, outros acham que sem coesão regional os Açores perdem a sua identidade. No meio termo, como em muitas coisas, é que estará a virtude.
Mas ouvir um político com 18 anos de exercício de poder falar de coesão dos Açores e em como a temos de procurar e estimular é algo que pode levar a que se questione como tem sido procurada essa coesão.
Terá Vasco Cordeiro memória? Será que ele se lembra da criação do conceito de ilhas de coesão? Que ao invés de potenciar o desenvolvimento de todas as ilhas levou a que umas se tornem mais desiguais e que outras encontrem motivos para olhar para dentro e reclamarem mais coesão? Será que se lembra do malfadado Plano Estratégico para a Coesão dos Açores? Que nunca chegou a ver a luz do dia tendo sido – apenas e só – mais uma propaganda feita à custa da necessidade de coesão que sentem todas as ilhas?
E será que o Presidente do Governo, ex Secretário Regional da Economia, da Agricultura, da Presidência e ex líder parlamentar do PS não sabe que resultados têm sido obtidos com as políticas praticadas pelos seus governos que têm gerado bairrismo e divisão entre ilhas e entre Açorianos?
Ao ouvir o seu discurso de coesão parece que Vasco Cordeiro apela mais à falta de memória dos Açorianos e menos à sua unidade!
A coesão dos Açores nunca se fez à custa de bonitos discursos que, invariavelmente, esbarram na crua e nua realidade. Não se pode falar de resultados na coesão quando olhamos para os indicadores sociais e económicos das diferentes ilhas e encontramos disparidades tão acentuadas, assim como não podemos falar de coesão quando, dentro da mesma ilha, essas disparidades se vão acentuando.
Basta olhar para factores como o poder de compra, a incidência do RSI, o envelhecimento ou a desertificação, passando pela mobilidade ou o acesso à saúde e à educação para percebermos que se há algo que não existe nos Açores é coesão. E nunca é demais reafirmar que não existe nem entre as diferentes ilhas nem dentro da mesma ilha!
Têm sido anos de políticas erradas e apenas direccionadas a resultados eleitorais, governando-se apenas a seis meses de eleições, que são a causa primeira do insucesso da coesão dos Açores.
Disso é exemplo a operação de transportes marítimos que ainda esta semana iniciou a sua ligação entre as ilhas do triângulo e a ilha Terceira deixando de fora a Graciosa, com a desculpa de que, lá para 2016, vão aparecer novos barcos, que por sinal são sobredimensionados e apenas destinados a mais propaganda eleitoral, estando suficientemente demonstrado que a sua operação pode transformar a Atlanticoline numa nova SATA Internacional.
A coesão regional não se anuncia, pratica-se, e como dizia Sócrates – o filósofo Grego – “A mentira nunca vive o suficiente para envelhecer.
(Rádio Graciosa, Diário Insular, Açoriano Oriental)

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